O deputado estadual Natálio Stica afirmou ontem a O Estado que não pretende aceitar a censura pública que foi definida pelo diretório estadual do PT como a penalidade a ser aplicada aos quatro integrantes da bancada estadual, que se ausentaram da votação da emenda constitucional n.º 40, que proibia o nepotismo no Estado. A decisão de censurar publicamente os deputados Stica, Angelo Vanhoni, Pedro Ivo Ilkiv e Hermes Fonseca foi aprovada na reunião do diretório estadual, realizada anteontem, em Curitiba.
Stica acusou o presidente estadual do PT, André Vargas, de ter desvirtuado a decisão do diretório. Conforme Stica, a censura pública foi imposta pelo fato de os quatro deputados terem discordado do método no encaminhamento da votação da proposta. Vargas, em declarações à imprensa, teria dado a entender que os quatro eram contra a proposta de acabar com o nepotismo, disse Stica.
?A bancada é unânime contra o nepotismo. O que houve foi uma votação na bancada, e quatro não seguiram a posição aprovada pelos outros cinco. A aplicação da censura prévia foi pelo fato de quatro deputados não terem seguido a orientação e não porque fôssemos a favor do nepotismo. É muita irresponsabilidade do André falar essas coisas?, criticou. O deputado ficou irritado com as declarações de Vargas, dizendo que têm certeza de que os nove deputados vão se manifestar contra a prática de nepotismo na votação de outras propostas de emenda que estão tramitando na Assembléia Legislativa. ?Ele falou de um jeito como se nós tivéssemos a chance de nos arrependermos e agora votar a favor. Não foi isso que aconteceu?, repetiu.
Stica afirmou que tem uma história política e não vai deixar que distorçam o episódio registrado no dia da votação da emenda do também petista Tadeu Veneri. Stica afirmou que preferiu não votar porque defendia a anexação da proposta do governador Roberto Requião (PMDB) à de Veneri.
O deputado estadual Ângelo Vanhoni preferiu não polemizar com Vargas.
