A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje o convite para que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira compareça ao plenário da comissão. O PSDB e o DEM se articularam para pegar os governistas de surpresa. Diante do cochilo da base aliada, que em sua maioria estava ausente, o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), colocou em votação requerimento para ouvir a ex-secretária, que afirmou ter recebido um pedido da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para “agilizar” processo na Receita envolvendo a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A audiência da ex-secretária foi marcada para terça-feira.
O drible nos governistas foi uma forma de compensar a maioria folgada do governo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, onde a oposição não conseguiu aprovar a convocação de Lina. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), única voz da base aliada, acabou protestando sozinho. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Lina Vieira declarou que no final do ano passado Dilma lhe pediu para “agilizar a fiscalização do filho do Sarney”. A ex-secretária afirma ter entendido o pedido como um recado “para encerrar” as investigações envolvendo a família do presidente do Senado.
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