O prefeito Cassio Taniguchi (PFL) não quis comentar ontem as declarações do prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), que atribuiu ontem a derrota do seu partido em Curitiba ao descuido com a formação de novos quadros políticos. O candidato do PFL a prefeito de Curitiba, o vereador Osmar Bertoldi, ficou em quarto lugar na disputa, com apenas 6,23% dos votos. Maia venceu as eleições no Rio já no primeiro turno, com 50,1% dos votos válidos.

“Perdemos uma prefeitura importante como Curitiba talvez pelos nossos próprios pecados. Tivemos governos exemplares há muitos anos, mas não preparamos a sucessão. Por falta de quadros políticos, terminamos fazendo uma bela campanha e perdendo a prefeitura”, comentou o pefelista, que assumirá o seu terceiro mandato.

Anteontem, Taniguchi havia dito que Bertoldi foi prejudicado pelas pesquisas de intenção de votos, que apontavam o declínio de sua candidatura e levaram o eleitor a migrar para os adversários, fazendo o que se chama de “voto útil”.

Para o vice-presidente estadual do PFL, deputado estadual Durval Amaral, o resultado colhido pelo partido em Curitiba é a soma de vários fatores. Segundo Amaral, uma das principais causas da derrota foi o fato de Bertoldi concorrer com a experiência eleitoral do deputado estadual Angelo Vanhoni e o vice-prefeito Beto Richa. “Os dois vieram de outras campanhas majoritárias. O Vanhoni concorreu duas vezes para a prefeitura e o Beto veio de uma eleição para o governo, há dois anos”, comparou.

Amaral admite, entretanto, que o partido não preparou um sucessor para Taniguchi. “Apesar da atuação brilhante do vereador Osmar Bertoldi na Câmara Municipal, seu nome foi lançado na última hora e ele também não tinha a projeção necessária”, afirmou. O dirigente pefelista cita ainda que apesar do empenho de Taniguchi na campanha de Bertoldi, não houve a esperada transferência de votos. “Voto não se transfere. Votos se conquistam. E não se consegue construir uma candidatura forte para conquistar o eleitor em apenas sessenta dias”, avaliou.

Segundo Amaral, nas cidades onde o partido planejou suas candidaturas, o resultado foi altamente satisfatório. Ele citou que dos quarenta candidatos a prefeito que o partido lançou em todo o Estado, vinte e cinco foram eleitos. “Isso é um resultado excepcional”, disse.

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