Apesar da oposição da base parlamentar do partido na Assembléia Legislativa, o PFL de Curitiba segue adiante no projeto de lançar um candidato próprio à Prefeitura de Curitiba, alheio aos efeitos colaterais na aliança com o PSDB.
O prefeito Cássio Taniguchi participa amanhã, em Brasília, de um encontro promovido pela direção nacional para os pré-candidatos às prefeituras de todo País, levando junto o vereador Osmar Bertoldi, o nome que escolheu apoiar para sua sucessão, contrariando as expectativas do vice-prefeito Beto Richa, pré-candidato tucano na disputa eleitoral deste ano. Ele disse que está seguindo uma decisão do partido.
A participação de Bertoldi em um evento nacional do partido sinaliza que o prefeito está pouco propenso a levar em consideração os protestos dos deputados estaduais, que vêem precipitação no lançamento de Bertoldi e uma ameaça de rompimento com o PSDB, comprometendo o projeto estadual do partido de disputar o governo em 2006. “Estou seguindo uma decisão do partido. Não foi uma decisão pessoal”, justificou o prefeito sobre o lançamento da pré-candidatura de Bertoldi. O prefeito fará uma palestra sobre gestão pública e continua mantendo o discurso amistoso em relação aos tucanos. “Nunca descartei a possibilidade de uma coligação”, afirmou.
O pré-candidato do PFL vai se apresentar em Brasília para a cúpula do partido. De acordo com sua assessoria, Bertoldi tem audiências marcadas com o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, e com os senadores Marco Maciel e Romeu Tuma.
Silêncio
O vice-prefeito de Curitiba retornou anteontem dos Estados Unidos e ainda não se manifestou sobre a formalização do apoio de Taniguchi a Bertoldi, ocorrida durante sua ausência. Interlocutores de Beto Richa informam que ele não irá tomar nenhuma iniciativa para questionar a posição de Taniguchi. Assim como também vai adotar a política do silêncio em relação à polêmica da tarifa do sistema de transporte coletivo.
Beto será o protagonista das inserções que o PFL começa a exibir amanhã em Curitiba no horário destinado aos partidos pela Justiça Eleitoral. O tema de suas aparições será o transporte coletivo. Mas o tucano não vai abordar suas divergências com o prefeito sobre o valor da tarifa e que no início de fevereiro deram visibilidade ao distanciamento entre os dois. Sua postura pode ser entendida como uma forma de não fechar as portas para um acordo no segundo turno da eleição, se o PSDB ou PFL chegarem até lá.