Ontem, foi a vez do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) anunciar a composição da equipe que auxiliará seu sucessor, Beto Richa (PSDB) nos trabalhos de transição.
Comandada pelo atual secretário de Finanças, Carlos Carvalho, ela é integrada pelo presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – Ippuc, Luiz Hayakawa, pela diretora do Instituto Municipal de Administração Pública – Imap, Sandra Caprilhone, e pelo subprocurador do município, Saulo de Meira Alback.
O anúncio foi feito pela manhã, após reunião em seu gabinete com Richa e com o vice-prefeito eleito Luciano Ducci (PSB). Foi o primeiro encontro oficial dos três após o segundo turno das eleições, e marcou o início de uma conversa que terá alguns temas espinhosos, como a licitação para o serviço de coleta de lixo, a antecipação do pagamento do IPTU e a readequação do projeto de orçamento para o ano que vem já em tramitação na Câmara Municipal.
Harmonia
Ao fim da reunião, tanto Cassio quanto Beto fizeram questão de destacar o clima de harmonia que deverá permear o período de transição. Os dois consideram superadas as divergências afloradas no início do ano e alimentadas durante a campanha: “As críticas foram feitas dentro de um clima de respeito, com discernimento e sem ofensas pessoais, exclusivamente no campo político”, ponderou Beto.
Taniguchi retrucou que abre as portas da prefeitura para seu sucessor com total transparência, para assegurar que a transição ocorra “da forma mais tranqüila possível”. Sobre o resultado eleitoral, comentou que o povo depositou confiança em Beto, “que está muito bem preparado para realizar uma boa administração”. Em relação às licitações em andamento e ao IPTU, os dois afirmaram que são questões técnicas e precisam ser analisadas como tais. As decisões serão tomadas após as análises das equipes de transição.
Indagado sobre a escolha do secretariado, Richa disse que nada foi definido ainda: “Vamos estudar cuidadosamente cada secretaria, cada chefia de departamento, dentro dos critérios de capacidade e competência”. Mais especificamente sobre a indicação do ex-secretário da Saúde, Michelle Caputo, para retornar ao cargo, respondeu que “pode ser”. O repórter insistiu se isso podia ser tomado por uma confirmação. O prefeito eleito repetiu, bem-humorado: “Pode ser. Interprete como quiser”.
Richa não analisou como uma derrota da futura gestão a aprovação, anteontem, pela Câmara Municipal, de projeto que reduz de 5% para 2% o ISS incidente sobre as escolas e universidades particulares: “Não acredito que isso traga consequências negativas para a próxima administração”. Acrescentou que o Legislativo é um poder independente e que respeitará suas decisões. O futuro prefeito e seu vice defendem a vinculação da redução da alíquota à geração de empregos e às áreas de alto risco social, o que não é comtemplado pela proposta aprovada. As reuniões da equipe de transição passam a ser realizadas, a partir de hoje, num gabinete na prefeitura, disponibilizado pelo prefeito Taniguchi.
Senador aposta em novo ciclo
O presidente do Diretório Regional do PDT, senador Osmar Dias disse ontem que Beto Richa (PSDB) será um “grande prefeito e simbolizará o início de um novo ciclo político no Paraná”. Ele tem “um estilo de fazer campanha em que a prioridade é a discussão das propostas e não as agressões”, afirmou o senador.
Osmar Dias afirmou que essa foi uma boa eleição para o PDT, que cresceu no Paraná e, em sua opinião, vai continuar crescendo e se destacar como uma forte legenda nas eleições de 2006. Ele afirmou que seu partido tinha a possibilidade de lançar candidato próprio à Prefeitura de Curitiba, mas constatou que era importante começar a projetar uma aliança para 2006.