Ex-governadora do Rio (2003-2006), Rosinha Garotinho passou a noite de quarta para quinta-feira e o dia de hoje em vigília na prefeitura de Campos, no norte fluminense, protestando contra a decisão da Justiça que cassou seu mandato de prefeita da cidade por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2008. Até o início da noite, aguardava decisão do desembargador federal Sérgio Schwaitzer, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), relator do mandado de segurança, com pedido de liminar, ajuizado na véspera para suspender os efeitos da sentença da juíza da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Gracia Cristina Moreira do Rosário, que lhe tirou o cargo. A magistrada determinou que Rosinha e o marido, ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR), estão inelegíveis por três anos, a contar de 2008.
“Não vou aceitar de braços cruzados, estou indignada, quero demonstrar a minha indignação e vou permanecer aqui dentro da prefeitura”, disse a prefeita cassada, de madrugada. Na prefeitura, foi improvisado um acampamento com barracas por seus partidários – alguns com fitas cor-de-rosa nos braços. Ela atribuiu a decisão a “perseguição política” e negou as acusações. Além de Rosinha e Garotinho, foram condenados com inelegibilidade o vice-prefeito, Francisco Oliveira, e os radialistas Fábio Paes, Linda Mara Silva e Patrícia Cordeiro. No lugar de Rosinha, assumiria um aliado, o presidente da Câmara Municipal, Nelson Nahim – irmão de Garotinho.
Ainda de madrugada, manifestantes ligados ao casal Garotinho fecharam a BR-101 na altura de Ururaí, em Campos, com pneus, galhos e móveis velhos em chamas, durante cerca de três horas. Um policial chegou a fazer disparos para o ar, tentando dispersar a multidão. Depois que bombeiros apagaram o fogo, o trânsito foi liberado.