Foto: Ciciro Back/O Estado |
Escudeiro: homem da mala. |
A Polícia Federal (PF) deve fazer uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana para que possa intimar algumas pessoas com foro privilegiado a prestar depoimento na Operação Castores, que investiga suposta quadrilha que lesava empresas do setor elétrico como Furnas, Itaipu, Eletrosul e Eletronorte. Fontes da PF não informaram quem deve ser chamado a depor, se houver a autorização do STF. Porém, uma das pessoas possíveis a ser convocada, que tem foro privilegiado, é o deputado federal Luís Carlos Hauly (PSDB), cujo chefe de gabinete, Amauri Escudeiro, foi ouvido pela PF na semana passada, em Curitiba.
Escudeiro teve de dar explicações à PF após ser flagrado com uma mala que estava repleta de documentos da Itaipu, pertencente ao principal acusado na Operação, Laércio Pedroso. Segundo fontes da PF, o chefe de gabinete de Hauly foi indiciado por quebra de sigilo de documentos, uma vez que teria divulgado papéis requisitados pela Câmara ao Ministério de Minas e Energia (MME), a respeito das finanças de Itaipu.
Há cerca de dez dias, uma reportagem do jornal Correio Braziliense afirmou que a PF fez gravação de um telefonema do chefe de gabinete de Hauly ao engenheiro Luiz Geraldo Tourinho Costa, preso na Operação Castores. Na gravação, Escudeiro teria dito que recebeu cópias de documentos da Itaipu, sendo alguns deles sigilosos e que gostaria de repassá-los a Costa. Segundo a reportagem do Correio Brasiliense, os documentos da estatal teriam sido requisitados por Hauly, por meio da presidência da Câmara, junto ao MME. Na ocasião, o deputado Hauly negou, terminantemente, que documentos sigilosos tenham sido repassados pelo seu chefe de gabinete a envolvidos em esquemas de fraude em Itaipu.