Fechando o mandato com sua alta popularidade intacta, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), vai passar a cadeira para um aliado. O senador Renato Casagrande (PSB) foi eleito governador hoje com 82,2% dos votos válidos dos capixabas, superando o recorde do próprio Hartung, que foi o governante reeleito com o maior porcentual em 2006: 77,2% dos votos.

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O ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que já foi aliado de Hartung, teve a adesão de apenas 15,5% do eleitorado. Brice Brigato (PSOL) teve 2,1%. A apuração no Estado foi uma das mais rápidas do País, tendo atingido 97% das urnas apuradas às 19h30.

Com mais de 1,4 milhão de votos, Casagrande ainda roubou um pouco do brilho da reeleição do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), presidente do partido dele, que também foi recordista com mais de 80% dos votos.

O governador eleito herda um Estado cuja economia cresceu acima da média nacional sob a liderança de Hartung. Por outro lado, também terá pela frente os problemas sociais provocados pelo crescimento acelerado, como altos índices de criminalidade e presídios superlotados.

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Casagrande não era exatamente o herdeiro que o governador havia planejado. Hartung preparava o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) para a missão, mas acabou apoiando o socialista como parte da costura da entrada do PSB na aliança nacional com o PT em torno de Dilma Rousseff que sepultou a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE). O prefeito de Vitória, João Coser (PT), foi um dos principais articuladores da solução.

Hartung desistiu do Senado e deu a vaga para Ferraço, que foi eleito com 44,5% dos votos. Na segunda vaga, o senador Magno Malta (PR) conseguiu a reeleição com 36,7%. A deputada Rita Camata (PMDB), que foi candidata a vice-presidente na chapa do tucano José Serra em 2002, perdeu a corrida ao Senado em terceiro lugar com 10,8%.

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Ex-tucano, eleito duas vezes com o apoio de PT e PSDB, o economista Hartung só pendeu para o lado petista após as eleições de 2006, quando se manteve neutro na eleição nacional. Agora, ao optar pelo projeto governista, tem seu nome na mesa de postulantes a cargos num eventual governo da petista.