Após ter reconhecido que a política de reforma agrária do governo Dilma Rousseff acabou criando “favelas rurais”, o ministro-chefe da Secretaria- Geral da Presidência, Gilberto Carvalho explicou que “foi mal entendido” e informou que a presidente está trabalhando para dar “condições mais adequadas” aos assentamentos e torná-los independentes.
“É dar aos assentamentos terra adequada, água, estradas vicinais para escoamento da produção e estimular muito a criação das cooperativas”, afirmou Gilberto Carvalho. Segundo ele, o novo “modelo está sendo trabalhado” pela presidente Dilma, para que os assentamentos “tenham uma vida digna” e que “não fiquem dependentes o tempo todo de ajuda, seja do Incra ou de quem for”. Ele prometeu avanços no setor nos próximos dois anos de governo.
As afirmações de Gilberto Carvalho foram dadas à saída da cerimônia de lançamento da campanha da Fraternidade de 2013, na Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele tentava justificar a declaração dada na semana passada, no programa Bom dia ministro, quando reconheceu falhas no programa de reforma agrária do governo e chamou os assentamentos de “favelas rurais”. Nesta quarta-feira, o ministro não quis repetir o termo, mesmo sendo perguntado. Preferiu falar que o modelo que está sendo trabalhado tem por objetivo fazer com que os assentados tenham “uma vida digna, dando mais dignidade à vida das pessoas”.
O ministro Gilberto, que é o responsável pelo entendimento com os movimentos sociais, fez questão de justificar que, no momento, “a preocupação da presidente Dilma é realizar assentamentos que efetivamente possam ser referencial positivo de uma reforma agrária”.
Para ele, “quando a presidente inaugura uma cooperativa em um assentamento do MST, ela dá um exemplo de como deve ser a viabilização de um assentamento e mostra a disposição politica de implementar este tipo de reforma agrária que consista em efetivamente resolver a vida das pessoas, que passam a fazer bem para toda uma região econômica”.
No programa Bom dia ministro, Gilberto Carvalho justificou a redução do ritmo de concessão de terras para a reforma agrária, alegando que era preciso melhorar a infraestrutura das áreas já existentes e tornar os assentamentos autossuficientes. “Nos próximos dois anos vamos dar um avanço importante nesta questão”, declarou ele, ao falar dos benefícios que o governo pretende oferecer para os assentados.