Carvalho: prisão tumultua processo de reforma agrária

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, responsável no governo Dilma Rousseff pela interlocução com os movimentos sociais, ficou “muito triste” e “lamentou” a prisão efetuada pela Polícia Federal (PF) do líder sem-terra José Rainha Júnior, ocorrida na manhã de hoje, em São Paulo. Ele é acusado pela PF de desvio de dinheiro público destinado a programas de reforma agrária. Segundo Carvalho, a prisão dele “tumultua o processo de reforma agrária” e “a relação com os movimentos”. “Por isso estamos extremamente preocupados”, afirmou.

Embora reconheça que a prisão foi decretada depois de dez meses de investigação pela PF, Carvalho foi cauteloso ao comentar o assunto, justificando que “ele está sendo acusado de um crime, mas nós preferimos tentar entender o que está acontecendo de fato”. O ministro comentou ainda que pediu informações ao Ministério da Justiça sobre o que, de fato, aconteceu, mas ressaltou que os advogados do Rainha ainda não tiveram acesso aos autos. “Portanto, ainda é cedo pra qualquer palavra que incrimine ou não ele. Vamos aguardar”, observou.

O ministro Carvalho afirmou que ficou “muito triste” com o ocorrido e está “extremamente preocupado” com isso. “Ficamos muito tristes com isso, muito preocupados, mas com prudência para sabermos, de fato, todo o processo que aconteceu”, comentou Gilberto. Sobre a prisão decretada pelos agentes da PF de São Paulo e de Presidente Prudente do superintendente do Incra em São Paulo, Raimundo Pires da Silva, e de pelo menos dois coordenadores regionais do órgão, Carvalho foi direto: “As medidas que tivermos de tomar em relação ao Incra o faremos imediatamente, como o eventual afastamento das pessoas que estão envolvidas, a depender das informações que tivermos ainda durante o dia de hoje. Tomaremos medidas para afastar as pessoas que estiverem efetivamente envolvidas em algum desmando ou malfeito”.

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