O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (PT), disse nesta sexta-feira (22) que a família e os companheiros do Partido dos Trabalhadores (PT) estavam chegando “às raias do desespero” na quinta-feira (21) antes da internação do deputado federal licenciado José Genoino, um dos presos do processo do mensalão.

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O ministro afirmou que pediu a interferência de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Joaquim Barbosa concedesse autorização para o tratamento de Genoino.

“Estávamos absolutamente tensos porque quem tem acompanhado a saúde do Genoino sabia que ele estava em uma situação muito difícil. Junto com a família estávamos chegando às raias do desespero, a ponto de falarmos com vários outros membros do Supremo pedindo que nos ajudassem nessa questão. Não é possível que um país democrático como o Brasil pudesse perder uma pessoa dessa maneira. A vida dele estava em risco”, disse.

Carvalho comemorou o fato de Genoino estar em tratamento, mas evitou defender claramente a prisão domiciliar para o companheiro de partido. “Não vou me expressar sobre o que é conveniente. Tudo indica que ele tem essa possibilidade da prisão domiciliar para ser tratada. A nossa esperança é que prevaleça o bom senso, mas não entro nesse mérito porque esse mérito é do STF e tem que ser respeitado.”

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Ele insistiu que não se pode “brincar com a vida”. “Ainda mais de uma pessoa que deu sua vida pelo país. Ele nunca se apropriou de nada para ele e chega à idade em que está sem ter nenhuma posse, nenhuma acumulação. Ao contrário, é referência de ética para nós.”

O ministro se recusou a comentar a fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, até agora o único condenado pelo mensalão a escapar. Também não quis falar sobre as queixas que Pizzolato fez a amigos próximos de que teria sido abandonado pelo PT e, por isso, optara pela fuga para tentar se defender em um novo julgamento na Itália.

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“Eu não posso falar nada sobre o Pizzolato porque não estava próximo a ele. Não o acompanhei, não o vi nos últimos tempos, não posso falar desse caso.” Carvalho afirmou que não pode dizer que tenha ficado surpreso com a fuga do ex-diretor. “Ele já tinha viajado para a Europa”.

Carvalho está no Rio de Janeiro para a inauguração do polo de reciclagem de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde trabalharão ex-catadores que atuavam no lixão fechado no ano passado.