Carta de filho emociona senador Roberto Requião

“Dia desses, você me disse: “Vou sair para o governo. Ficar no Senado fazendo o quê? Falando? O que você vai dizer quando te perguntarem o que seu pai faz? Que ele fala muito bem?”. Pai, não me perguntam o que meu pai faz, mas sempre me perguntam como ele faz. Como você consegue seguir em frente sem se curvar, sem se vender, sem pestanejar, nunca titubeando. Sei que é dura e árdua a vida daqueles que não se corrompem, neste vil mundo político, pois vivo também esta sua vida. Quando você não se dobra, eu me ergo, quando você defende aquilo que tem por correto, eu me posiciono, quando você não se vende, eu não me vendo. Ando de cabeça erguida, ando sem precisar esconder quem sou. Tenho orgulho de meu pai, sou um dos poucos filhos de políticos que pode encher a boca e dizer “Sou filho de quem sou”. Esse é o trecho inicial da carta de Maurício Thadeu de Mello e Silva ao seu pai, senador Roberto Requião, lida por um candidato do PMDB à deputado estadual durante a convenção do partido, no último sábado.

” Saboreei ao longo dos anos as suas vitórias, as pequenas, se é que existem pequenas vitórias, e as grandes. Amargurei as poucas que nos foram tiradas, sabendo que as perdemos não no mérito, nunca na razão, mas por motivos outros que deveriam envergonhar aqueles que delas se beneficiaram”, prossegue o texto.que comoveu profundamente o candidato peemedebista ao governo do Estado.

“Todas as vezes em que você se levantou e esbravejou pelos interesses de nosso Estado, de nosso País, que os defendeu – como apenas um paranaense o podia fazer – eu estava lá bradando silenciosamente meu orgulho. Não se preocupe, meu pai. Se a sua guerra não acabou, cá estou a seu lado no campo de batalha. Não nos vendemos, não nos curvamos, perseguimos aquilo que é nossa crença. Não sabemos desistir. Por vezes ignoramos o caminho mais fácil e vencemos o mais difícil. Nada devemos a ninguém. Vamos em frente, vamos vencendo os óbices, tirando de nosso caminho aqueles que o atravancam. Não que você precise fazer mais. Para muitos, bastava o que você fez. No entanto, você não se dá por vencido, ainda não alcançou tudo aquilo que almejou. Vamos, eu ao seu lado, citando o poema de Muralha: “Se caráter custa caro, pago o preço”, encerrou Maurício na homenagem prestada ao pai.

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