Caberá aos prefeitos de Curitiba, Beto Richa (PSDB), de Salvador, João Henrique Carneiro (PDT), e de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), levar ao presidente Luís Inácio Lula da Silva as reivindicações dos prefeitos de médias e grandes cidades para a redução das tarifas do transporte coletivo. Eles foram escolhidos ontem, durante o seminário "Barateamento e Qualidade no Transporte Público", que aconteceu esta semana em Salvador (BA), organizado pela Prefeitura da capital baiana e pela Frente Nacional de Prefeitos.

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O ministro da coordenação política do governo federal, Aldo Rebelo, participou do evento e se comprometeu a marcar a audiência com Lula nos próximos 10 dias. Beto Richa e os prefeitos de Salvador e João Pessoa vão levar ao presidente da República as propostas que fazem parte da "Carta de Curitiba", documento elaborado pelos prefeitos de capitais e grandes cidades ao final de um encontro sobre desoneração de impostos no transporte coletivo, realizado em março, no Parque Barigüi.

"Está na hora do governo federal tratar o transporte como um bem social, como é a educação, a saúde, a moradia e o saneamento", disse Richa em seu discurso no encontro de Salvador. O ministro Aldo Rebelo fez afirmações que animaram os participantes do seminário. "A bola já se aproxima da grande área, não está mais no meio do campo. Os novos prefeitos estão muito perto de marcar um gol nessa questão das tarifas de ônibus", disse.

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos, o prefeito de Recife, João Paulo Lima e Silva (PT), ficou satisfeito com o crescimento do debate e parabenizou Richa por ter incentivado a discussão nacional do problema.

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Segundo o prefeito de Curitiba, as duas principais reivindicações a serem feitas em Brasília são a desoneração dos tributos cobrados sobre os componentes da tarifa de ônibus – uma conta que inclui desde o salário dos motoristas e cobradores – até as peças dos ônibus e o subsídio ao óleo diesel que abastece a frota do transporte público.

Redução

Os integrantes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) querem, entre outras reivindicações, redução no preço do óleo diesel para os ônibus, isenção de impostos do setor de transporte coletivo, revisão da política de passes-livres e uso de gás natural nos novos veículos. Calculam ser possível reduzir em 61% o valor atual da tarifa, se essas providências foram adotadas.

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O chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, disse que "nós só não podemos tomar uma medida unilateral, pois, se as outras causas que oneram o transporte público também não forem corrigidas, o que for feito no âmbito dos combustíveis, por exemplo, os outros custos anulariam isso", disse.