No último dia do recesso do Judiciário, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, se reuniu nesta terça-feira, 31, com prefeitos de 13 capitais, da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) para discutir questões de impacto nas contas municipais, como, por exemplo, os processos que envolvem precatórios e a judicialização da saúde.

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Em uma carta de dez páginas entregue à presidente do STF, a Frente Nacional de Prefeitos afirma que o País atravessa “uma aguda e prolongada crise econômica”, defendeu a “revisão do pacto federativo” e ressaltou a necessidade de buscar “soluções urgentes e estruturantes para melhorar a vida nos municípios”.

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“A FNP está propondo uma pauta construtiva para que avancem soluções necessárias para a vida dos municípios. Os municípios precisam ser agentes importantes na discussão da crise brasileira”, disse o presidente da FNP, Márcio Lacerda, que deixou o cargo de prefeito de Belo Horizonte no dia 31 de dezembro mas segue no comando da Frente até abril, quando da nova eleição.

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Entre os temas destacados pela FNP estão processos em tramitação no STF que dizem respeito a imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos pagos pelos municípios, imunidade tributária e sobre o regime jurídico do pagamento de débitos dos entes federativos por meio de precatórios. “Cármen teve a sensibilidade de convidar a Frente Nacional de Prefeitos para um debate muito aberto e o mais importante é que isso nos permite planejar uma série de ações para o futuro”, disse o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

Complexidade

O prefeito de Macapá, Clécio Luís (Rede), afirmou que a ministra Lúcia se mostrou sensível, particularmente, à questão dos precatórios. Precatórios são requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário para cobrar de municípios, Estados ou da União, assim como de autarquias e fundações, o pagamento de valores devidos após condenação judicial definitiva.

“De todos os temas, este é o tema que a ministra considerou mais complexo e mais grave, porque você tem, em uma ponta, alguém com direitos para receber, e na outra ponta, um ente com dificuldades para pagar”, afirmou o prefeito. Clécio Luís explicou que em Macapá, por exemplo, as dívidas com os precatórios chegam a 13% da receita corrente líquida.

Segundo o último levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), municípios, Estados e União acumulavam em junho de 2014 uma dívida de R$ 97,3 bilhões em precatórios emitidos pelas Justiças estadual, federal e trabalhista.