Depois de três meses de desgaste por causa da recomendação da Comissão de Ética da Presidência da República para que se afastasse da presidência do PDT ou deixasse o ministério do Trabalho e Emprego, o ministro Carlos Lupi anunciou nesta quinta-feira (6) que vai deixar o comando do partido. Lupi alegou que não quer causar constrangimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No fim da tarde, o ministro reuniu-se com o novo presidente da Comissão de Ética, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence.
Lupi aguardava apenas a posse de Pertence para formalizar sua decisão, já que estava em confronto direto com o ex-presidente da comissão, o ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira. Para o ministro, afastar-se da liderança do PDT com Marcílio à frente da comissão soaria como uma derrota ainda maior. Além da pressão, Lupi enfrentou uma série de denúncias de irregularidades em convênios firmados pelo Ministério do Trabalho com organizações não governamentais (ONGs) ligadas a políticos do PDT. O ministro nega qualquer envolvimento em favorecimento das instituições.