O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou nesta segunda-feira (15) que qualquer tipo de abuso em operações policiais será punido. “Sempre que for constatada uma situação de abuso de poder, de ilegalidade, puniremos com rigor”, afirmou o ministro, em entrevista, reiterando que não foi avisado antecipadamente sobre a operação Voucher da Polícia Federal (PF), que prendeu mais de 30 pessoas envolvidas em supostas irregularidades no Ministério do Turismo, na semana passada.
Mais cedo, em seu discurso na cerimônia de posse do procurador Geral da República, Roberto Gurgel, a presidente Dilma Rousseff avisou que não admitirá “abusos, afrontas e excessos de qualquer natureza em operações policiais”.
“Podem ter absoluta certeza: eu jamais cometerei um crime para estabelecer controle político de qualquer ordem judicial. O Ministério da Justiça defende o Estado de direito, a lei. Portanto, não esperem do ministro da Justiça transgressões à lei. Esperem punições e apurações para aqueles que transgridem a lei”, desabafou Cardozo, insistindo que não haverá “interferência política” em ações da PF.
Em sintonia com o discurso do governo, que tem condenado com extrema veemência a divulgação de fotos das autoridades do Ministério do Turismo presas em Macapá, o ministro Cardozo disse que a apuração do caso é necessária porque houve “uma ofensa à Constituição”.
“Não podemos aceitar que presos sejam condenados e que os submetidos à prisão de qualquer natureza possam ter sua imagem exposta daquela maneira”, desabafou Cardozo, desconversando sobre perguntas da imprensa se a divulgação das fotos não estava ganhando mais importância por parte do governo do que os crimes cometidos.