O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, comparou nesta sexta feira, 11, em São Paulo, a Pasta que dirige a um “trem fantasma”. “Todo dia nós temos situações de susto, fatos que nos geram preocupação”, disse o ministro, em reunião-almoço no Jockey Clube, no qual foi homenageado pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP).

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Diante de uma centena de advogados, muitos dos quais frequentemente criticam a ação da Polícia Federal, Cardozo defendeu enfaticamente a corporação. “A Polícia Federal, hoje, tem tido um papel muito importante no combate à criminalidade no País, dentre outras formas de crime os chamados crimes do colarinho branco, as situações de corrupção.”

O ministro fez uma ironia. “É muito curioso porque toda vez que a Polícia Federal prende alguém que, do ponto de vista político, é tido como adversário do governo a acusação que tem é que o ministro (da Justiça) está instrumentalizando a Polícia Federal para os desígnios governamentais. Quando, porém, a PF prende pessoas que são aliadas ao governo se diz que o ministro perdeu o controle da Polícia Federal. Ou seja, não há escapatória.”

“Eu costumo dizer: decidam!”, prosseguiu Cardozo. “Eu instrumentalizo ou eu não tenho controle. Quando, na verdade, não é nem uma coisa, nem outra. Quer dizer, se construiu a ideia, e que eu defendo e defenderei sempre, que a Polícia Federal é uma polícia republicana, que age com autonomia.”

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Para ele, o ministro deve intervir apenas e tão somente quando há abusos. “Não havendo abusos a polícia tem que seguir o seu caminho”, declarou o ministro.

Ele disse ainda que “entre essas tensões todas, cotidianas, que se colocam, que se afirmam, o ministro tem que escolher ou eleger algumas prioridades”.

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“Eu costumo dizer à presidenta Dilma, eu digo a ela, a senhora me deu um parque de diversões que só tem um brinquedo, o trem-fantasma, porque todo dia nós temos situações de susto, fatos que nos geram preocupação.”