Questão fundiária

Cardozo atribui ao Judiciário culpa por mortes em conflitos

Horas depois da notícia da quinta morte de trabalhador rural com sinais de crueldade na Amazônia, o Planalto escalou no final da tarde de quinta (2) o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para, diante das câmeras, atribuir ao Judiciário parte da culpa por mais uma série de assassinatos em conflitos fundiários na região.

A primeira decisão do governo foi convidar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cesar Peluso, para participar de novos encontros sobre o problema fundiário. “É preciso fazer inquéritos policiais e ações judiciais rápidos”, disse, em entrevista, Cardozo.

Na noite de ontem (quarta), o lavrador Marcos Gomes da Silva, de 33 anos, foi assassinado em Eldorado do Carajás (PA). A notícia só chegou ao Planalto na tarde desta quinta. Foi quando a presidente Dilma Rousseff se reuniu para discutir o assassinato e as mortes anteriores com Cardozo e os ministros Nelson Jobim (Defesa), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). Também participaram do encontro os governadores Simão Jatene (Pará), Omar Aziz (Amazonas) e Confúcio Moura (Rondônia).

Mais uma vez, a presidente não conseguiu fechar medida concreta para resolver o problema. A estratégia para mostrar à opinião pública empenho do governo foi a receita tradicional: o envio de tropas para a área de conflito. Ela discutiu com os ministros e governadores, de forma genérica, uma operação conjunta das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança e das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar.

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