O resultado das urnas nas 26 capitais nesta eleição municipal aponta para um equilíbrio de forças entre o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o duelo PSDB x PT em 2010. O petista, entretanto, leva ligeira vantagem. Se a eleição presidencial fosse hoje, Lula – e, conseqüentemente, o candidato do petista ao Planalto – teria 13 prefeitos de capitais ao seu lado, contra 10 a favor de Serra – principal nome do PSDB à disputa de 2010. Em três municípios – Belo Horizonte, Salvador e Manaus – , a predileção por um ou outro ainda não está clara.
O alto índice de reeleição nas capitais – 18 dos 26 prefeitos permanecerão no cargo – mantém o cenário relativamente estável em comparação ao de 2004. Mas viradas de mesa aconteceram. No Nordeste, Lula perdeu aliados em duas importantes cidades: Natal (RN) e São Luís (MA). Micarla de Souza (PV), eleita em primeiro turno na capital potiguar, e João Castelo (PSDB), no Maranhão, promoveram uma cruzada contra o presidente da República e seus candidatos. Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff – um dos nomes do PT para a sucessão presidencial – intervieram pessoalmente na eleição em São Luís, mas não obtiveram êxito.
Por outro lado, Serra perdeu espaço no Rio de Janeiro, com a saída de Cesar Maia (DEM), inimigo declarado de Lula, e a eleição de Eduardo Paes (PMDB), que chegou à prefeitura pelas mãos do governador Sérgio Cabral (PMDB), braço direito de Lula no Estado. O tucano e o petista, em seus primeiros pronunciamentos após o resultado eleitoral, evitaram comentar esse duelo partidário. Num quadro geral, as eleições mantiveram a hegemonia histórica de Lula no Norte e no Nordeste. Das 16 capitais, em 10 há prefeitos alinhados ao presidente. A maior vantagem de Serra está no Sul, onde conta com apoio dos prefeitos das três capitais.
No Sudeste, o retrato é o do equilíbrio de forças entre PSDB e PT no plano nacional. Lula leva vantagem, tendo no poder parceiros em duas capitais – Rio e Vitória. Mas essa supremacia é apenas numérica, já que Serra elegeu um afilhado político, Gilberto Kassab (DEM), no maior colégio eleitoral do País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.