Capitais conhecerão eleitos ainda no dia 3

Brasília (AE) – O secretário de Informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Paulo Camarão, disse ontem que é provável que até a meia-noite de domingo (dia 3) seja concluída a apuração dos votos para prefeitos e vereadores das capitais.

Camarão afirmou que a Justiça Eleitoral espera totalizar no domingo a contagem de pelo menos 90% dos votos dados pelos eleitores de todo o País. O cômputo dos votos restantes, relativos, principalmente, a cidades de difícil acesso, localizadas, por exemplo, na região Amazônica, deverá ser concluído na noite seguinte à da eleição (4). Deverá haver maior demora na apuração em municípios longínquos no Pará, Amapá, Roraima, Mato Grosso e Amazonas, onde o envio das informações depende de transporte por barco.

“Nas capitais, a apuração pode ser concluída até meia-noite”, informou. “Mas, em São Paulo, com cerca de 30 mil seções, pode acontecer de tudo”, ressaltou, ao falar sobre eventuais atrasos na contagem, ocasionados, entre outros motivos pela substituição de urnas eletrônicas defeituosas pelo método de votação manual.

Na eleição presidencial de 2002, aproximadamente 1% das urnas eletrônicas teve de ser substituído porque apresentou defeitos na hora da votação. Mesmo depois da troca, algumas máquinas continuaram a ter falhas e os eleitores tiveram de votar em cédulas de papel.

Em relação à eleição de 2002, haverá uma mudança substancial do ponto de vista da tecnologia. Não haverá o voto impresso, que estava programado para entrar em vigor neste ano. Testado na última eleição presidencial em algumas cidades, esse tipo de voto atrapalhou o pleito e foi o responsável pela quebra de parcela considerável das urnas eletrônicas. Diante dos resultados, o TSE conseguiu convencer o Congresso a modificar a lei, acabando com o voto impresso.

Movimento contra corrupção

Brasília – Há cinco anos, voluntários espalhados por todo o Brasil vêm ajudando pequenas e grandes comunidades a lutarem contra a venda de votos e práticas ilegais nas eleições. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral surgiu em 1998 com um grupo restrito de pessoas dispostas a conscientizar comunidades sobre a prática da compra de votos. Hoje, o movimento possui mais de 100 colaboradores em 23 estados brasileiros, e já conseguiu o apoio formal de 14 entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O principal trabalho do movimento consiste em formar comitês regionais, integrados por voluntários, para que atuem no corpo a corpo na conscientização de eleitores contra práticas de corrupção eleitoral. “Trabalhamos na ajuda de formação de um comitê e também oferecemos amparo jurídico para que denúncias contra políticos corruptos possam seguir para a Justiça”, ressalta Clodoaldo Almeida Pereira, secretário do Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral, que participou de um debate ontem em Brasília para conscientizar os eleitores quanto aos direitos e deveres da população e a importância do voto nas eleições de outubro. Um dos debatedores do encontro foi Dom Affonso Forenzzi, representante da CNBB.

O comitê nacional do Movimento, com sede em Brasília, recebe mais de 100 e-mails e correspondências por dia com denúncias contra políticos nos mais diversos estados brasileiros. Clodoaldo Pereira admite que nem todas as denúncias têm fundamento, uma vez que algumas são “plantadas” por cabos eleitorais dispostos a prejudicar candidatos adversários.

Mesmo diante de alarmes falsos, o movimento já conseguiu garantir punição pelo Tribunal Superior Eleitoral a pelo menos 157 candidatos. “Só este ano, já tivemos 15 casos de registros de candidaturas cassados por práticas ilegais”, revelou.

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