A filiação de Marina Silva ao PV e o lançamento de sua candidatura à Presidência da República estão forçando a Executiva Nacional a medir forças com alguns caciques do partido em diferentes partes do País. O principal motivo das disputas tem sido a resistência desses caciques ao lançamento de candidaturas próprias em seus Estados – uma das exigências de Marina para pôr a campanha na rua. Na maior parte das vezes a Executiva tem levado a melhor.
Foi o que se viu ontem, quando o ministro da Cultura, Juca Ferreira, oficializou seu pedido de suspensão da filiação partidária pelo período de um ano. Ele foi pressionado pela cúpula do PV, que agora fica mais à vontade para lançar candidato próprio ao governo da Bahia.
Único representante do PV no primeiro escalão do governo Lula, o ministro, que era influente no diretório baiano, defendia a tese de que o partido não tivesse candidato e apoiasse o nome indicado pelo governador Jaques Wagner (PT). Na queda de braço, a Executiva venceu e já definiu o candidato verde – o deputado Luís Bassuma.
Ferreira, por sua vez, ficou livre para apoiar sem nenhum constrangimento a candidata de sua preferência à Presidência, a ministra petista Dilma Rousseff. Os verdes acham pouco provável que ele retorne à legenda em 2011.
Sul
O ministro não foi o primeiro a se afastar em decorrência das polêmicas causadas pela candidatura de Marina. Em Santa Catarina, após uma intervenção branca da Executiva no Diretório Estadual, o presidente Gerson Basso, que faz parte da equipe de governo do prefeito Dario Berger (PMDB), também pediu afastamento temporário do PV.
A exemplo de Ferreira, ele resistia ao lançamento de candidatura própria dos verdes. O PV catarinense agora vai realizar prévias para definir o nome do candidato. Quatro se inscreveram.