Representantes dos 13 partidos que apoiam o deputado Michel Temer (PMDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara avaliaram nesta quinta-feira (22), em encontro de quase quatro horas na casa de Temer, que a candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado poderá interferir na corrida eleitoral da Câmara.

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Segundo relato de participantes do encontro, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que ocupou a cabeceira da mesa da reunião, abriu sua fala dizendo que a decisão de Sarney incomoda, sim, o PT. Mesmo assim, garantiu o apoio da bancada petista ao deputado peemedebista. Uma nova avaliação da campanha de Temer será feita na terça-feira.

Apesar das manifestações formais do PT, a possibilidade de eventuais traições cria um clima de insegurança entre peemedebistas, já que o voto é secreto. A estratégia do comando da campanha de Temer agora é envolver, nesta reta final, os governadores, coordenadores regionais dos partidos e lideranças.

“Vamos entrar com força total. Não posso acreditar que a traição consiga vencer a instituição”, afirmou o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), um dos coordenadores da campanha de Michel Temer, referindo-se ao fato de o peemedebista ter o apoio dos maiores partidos da Câmara. Sem traições, Temer teria mais de 400 votos, considerando as bancadas dos partidos que o apoiam.

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Os adversários do PMDB, no entanto, calculam que 60 votos do PT e 30 do PR não vão para Temer. Já nas contas de deputados do DEM, 63 petistas trairiam o candidato do PMDB para não fortalecer o partido no Congresso. “O gato subiu no telhado”, comentou um deputado do PMDB, acrescentando que até mesmo o ex-deputado petista José Dirceu estaria atuando contra a eleição de Temer.

“Os votos de Temer são que nem ‘Kinder Ovo’: chocolate por fora e surpresinha por dentro”, ironizou outro parlamentar do PSB, partido que fechou com a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a presidência da Câmara. Enquanto o PT se incomoda, o reduzido grupo de aliados de Aldo comemora o lançamento da candidatura de Sarney, seguindo o raciocínio de que a mesma vai criar dificuldades para Temer.

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