O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acredita que Marina Silva (PSB), se for confirmada como candidata à Presidência da República pelo PSB, tem condições não só de chegar ao segundo turno, mas de ganhar as eleições. “Se o PSB e a equipe que está com ela tiverem a competência de entender o momento que estamos vivendo, isso pode acontecer. Ela representa hoje todos aqueles que querem mudar o Brasil, que desejam um novo horizonte para o nosso País”, disse em entrevista ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real. “Esta é a grande bandeira. Acho que a candidatura dela vai crescer.”
Uma pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada hoje mostra Dilma Rousseff (PT) com 36% das intenções de voto para presidente, seguida por Marina Silva (PSB), com 21%, e por Aécio Neves (PSDB), com 20%. É o primeiro levantamento que inclui no cenário eleitoral a ex-senadora como substituta do ex-governador Eduardo Campos, que morreu na última quarta-feira em um acidente de avião. “A gente tem que reconhecer que o impacto emocional foi grande e pode ter influenciado na pesquisa, mas a grande verdade é que demonstra uma perspectiva significativa”, disse Simon.
O político gaúcho, que era amigo pessoal de Campos e foi um dos articuladores de sua aproximação com Marina, acredita que o novo cenário concede à Marina uma possibilidade real de vitória, se ela souber usar as circunstâncias a seu favor. “Ela deverá fazer algo semelhante ao que o Lula fez. Depois de perder três vezes a eleição para a Presidência da República, na quarta vez ele se modificou. Mudou a plataforma (…) E teve uma vitória tranquila.”
Segundo Simon, Marina deveria lançar uma carta ao povo brasileiro, a exemplo da carta divulgada pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2002. “Quando estava concentrada na possível candidatura dela, e depois quando decidiu concorrer como vice com o Campos, ela representava o pensamento de uma parcela pequena (da população). Agora, e as pesquisas estão dizendo, ela está representando a maioria do povo brasileiro”, avaliou.
De acordo com fontes do PSB, o partido já prepara um documento reafirmando os compromissos assumidos por Eduardo Campos a ser divulgado na quarta-feira junto com o anúncio da nova chapa para a disputa presidencial. Esse documento não tem ainda um nome formal, mas seria justamente algo na linha da “carta ao povo brasileiro”.
Simon lembrou da Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentou criar, mas não conseguiu registrar a tempo de concorrer este ano. De acordo com o gaúcho, a Rede é importante, mas agora a ex-senadora está num patamar “muito superior” e deve se concentrar no compromisso de dar continuidade ao legado de Eduardo Campos.
Simon acredita que o deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS) cumpre todos os requisitos para assumir a vaga de vice e compor a chapa com Marina, mas também cita a viúva do ex-governador de Pernambuco, Renata, como uma possibilidade, embora mais remota. “A Dona Renata também seria um ótimo nome, mas acho difícil que ela consiga deixar os filhos, num momento como este, para se dedicar a isso”, falou. “Os dois (Beto e Renata) fariam um grande trabalho.”
Eleição no RS
Se Beto Albuquerque for de fato confirmado como vice de Marina, ficará em aberto a vaga ao Senado na coligação formada por PSB e PMDB no Rio Grande do Sul. Simon negou, no entanto, que possa aceitar ser novamente candidato – ele anunciou sua aposentadoria no início do ano. “A questão do meu nome ser cogitado é quase uma homenagem ao velhinho aqui, mas acho que o partido tem grandes nomes que podem aceitar”, afirmou. “Eu posso ajudar, pretendo dar uma mão se a Marina for candidata, em alguns lugares do Brasil, mas candidato ao Senado está claro que não.”