O primeiro programa do horário eleitoral gratuito na tevê e no rádio foi marcado por homenagens a Eduardo Campos, presidenciável morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto. A então coligação Campos/Marina Silva usou seus pouco mais de dois minutos para homenagear o ex-candidato, com imagens que foram produzidas para o programa que deveria ir ao ar esta semana e discursos de sua candidatura ao governo de Pernambuco em 2006.
Aécio Neves (PSDB), da coligação “Muda Brasil”, também abriu seu programa com a mesma estratégia. Além de relembrar os tempos de juventude em que conviviam juntos, em andanças com os avós Tancredo Neves e Guel Arraes, enfatizou que tem um programa de governo semelhante ao do colega.
O programa de Dilma Rousseff, da coligação “Com a Força do Povo”, usou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a tarefa de falar de Eduardo, na qual ele enalteceu a perda não só de um amigo, mas de alguém com quem tinha uma relação afetiva de pai e filho.
Outro ponto marcante deste primeiro dia foram as grandes produções das duas principais coligações presidenciáveis. Aécio e Dilma investiram em programas com imagens externas, cada um ‘pintando’ um Brasil diferente. Enquanto Aécio enaltecia que o país entrou em decadência nos últimos anos, Dilma mostrava os avanços e melhorias conquistados em seu governo. Mas ambos evitaram ataques pessoais. Nenhum deles trouxe detalhamento de propostas por ora. O programa de abertura foi de apresentação dos candidatos, como em uma conversa informal com os eleitores.
Os candidatos com menor tempo de tevê aproveitaram o espaço para criticar o atual governo e falar em algumas propostas como fizeram Levy Fidélix (PRTB), Eymael (PSDC), Rui Pimenta (PCO), Pastor Everaldo (PSC), Zé Maria (PSTU), Luciana Genro (PSOL). O candidato Mauro Iasi (PCB) ainda não apareceu.
Para o cientista político Luiz Domingos da Costa, do grupo Uninter, ainda é cedo para avaliar os programas dos dois principais candidatos e afirma ainda que só nos próximos dias o eleitor poderá conhecer melhor o programa de governo de cada um. “No começo é muito genérico, um falando que é a inovação e o outro que é a continuidade. Não tem nada palpável para definir o voto. Primeiro a estratégia é conseguir a identidade visual e de comunicação para depois entrar no plano de governo”, analisa Costa.
Ontem também foi dia de apresentação dos primeiros candidatos a deputado federal, sem muitas inovações no tradicional programa. Alguns ataques contra o atual governo do candidato a reeleição Beto Richa (PSDB) foram feitos nos programas da proporcional do PT. E vale lembrar que hoje os candidatos ao governo do estado entram no ar. Também serão apresentadas as propagandas de candidatos a senador e deputado estadual.
