Um grupo de candidatos a deputado pelo PT no Estado de São Paulo encaminhou à Executiva Estadual do partido um abaixo-assinado no qual pede novas mudanças na propaganda eleitoral veiculada na televisão. Com cerca de 40 assinaturas, o documento solicita aparições individuais dos candidatos. O pleito vai contra a determinação da Executiva petista, que inicialmente pregava apenas a indicação do voto na legenda do partido, mas que já cedeu parcialmente à pressão e adotou aparições de candidatos em grupos.
A nova forma também desagradou aos candidatos, que optaram por um apelo formal à direção do partido no Estado. Segundo a vereador e ex-prefeita de Santos, Telma de Souza, candidata a deputada estadual, a decisão inicial de pregar o voto apenas na legenda do PT na propaganda para deputados não levou em conta questões regionais. “Em várias regiões há puxadores de votos, por isso defendemos que haja a aparição de todos os candidatos, pois mesmo com um pouco tempo na televisão a repercussão é imensa”, disse.
Telma liderou o grupo de descontentes do PT que recolheu as assinaturas na terça-feira, quando todos os candidatos a deputado do partido foram convocados a participar da gravação do novo formato de propaganda para os cargos de federal e estadual. Desde ontem, eles aparecem em grupos e são apresentados ao eleitor pelo candidato ao governo pelo PT em São Paulo, Aloizio Mercadante. “A fórmula correta seria a adotada pelo PMDB, que coloca o (Orestes) Quércia, uma liderança do partido, e depois apresenta os candidatos individualmente”, disse Telma.
Ontem à noite, antes do comício com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Ribeirão Preto, no interior do Estado, alguns candidatos a deputado e à reeleição reclamaram da posição do partido. Entre eles estava o deputado federal Arlindo Chinaglia, que considerou “ruim”, em uma conversa com jornalistas presentes, o novo formato do programa televisivo do partido.
Já o presidente estadual do PT, Edinho Silva, que também é candidato a deputado estadual, defendeu a decisão tomada, segundo ele por unanimidade, pela Executiva do partido e disse que a primeira mudança no formato do programa de televisão foi um ajuste. “Não temos de fazer nada engessado”, disse. “Mas a decisão do voto pela legenda teve o respaldo da maioria dos integrantes das bancadas federal e estadual”, completou.
Edinho afirmou que ainda não recebeu o abaixo-assinado e que a decisão do PT pelo voto de legenda para deputados “segue o discurso do partido que prega a reforma política, com votos em lista, priorizando o grupo e não individualmente os candidatos”. Ainda de acordo com presidente do PT paulista, “não há crise interna” e quaisquer pedidos feitos por militantes serão avaliados. “Quando eu o receber, o abaixo-assinado será colocado para a avaliação da Executiva.”