Aos domingos, o Paraná Online publica propostas dos principais candidatos ao governo.
Um dos principais problemas para o desenvolvimento do Paraná é a grande diferença entre estrutura e condições entre a capital e as grandes cidades e o interior do Estado, onde há índices de desenvolvimento inferiores à média nacional. Na última edição das propostas dos candidatos, veremos o que eles pretendem fazer para reduzir essa discrepância.
OSMAR DIAS – 12 PDT
O Paraná é um estado rico, mas essa riqueza, infelizmente, é restrita a poucas regiões, concentrada em Curitiba e Região Metropolitana, no Oeste e no Norte Central.
Mais de 70% do PIB estadual é gerado nessas regiões, sendo que 60% do PIB industrial está concentrado em dez municípios.
Somente a microrregião de Curitiba, com apenas 19 cidades (4,8% do Paraná), abriga 30% da população e responde por 43% da atividade econômica estadual medida pelo VAF (valor adicionado fiscal).
Tomando o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal de 2006, o Paraná é o segundo estado mais desenvolvido do país, atrás apenas de São Paulo.
Mas isso se deve ao bom desempenho de poucas cidades, já que a maioria dos municípios paranaenses ainda tem um desempenho abaixo da média nacional (índice de 0,7376 em 2006).
No nosso Plano de Governo destacamos a necessidade de igualar o cuidado com o interior do estado e a Região Metropolitana da Capital. Nesse contexto emergem duas premissas estratégicas básicas.
Uma é aproveitar a concentração para potencializar a prosperidade econômica e social. Outra é aproveitar essa prosperidade para atenuar as desigualdades regionais e locais. As pessoas que vivem nos lugares mais carentes devem ter a oportunidade dos benefícios da concentração das regiões mais prósperas.
O desenvolvimento também deve ser sustentável. Assim, devem ser incentivados os investimentos que apresentem impactos positivos e equilibrados nas áreas social, econômica e ambiental; e devem ser oferecidas compensações para aqueles que preservam o meio ambiente.
A educação, ciência e tecnologia se consolidam como importantes elementos no processo de desenvolvimento, exigindo estreita relação entre todos os envolvidos (governo, universidades, espaços de inovação e setor produtivo).
Já com relação a melhorias de infraestrutura, vamos promover alternativas para a desconcentração econômica, melhorar e expandir os transportes nos diversos modais, bem como, as comunicações para propiciar maior difusão do conhecimento, intercâmbio de idéias e novos negócios.
Vamos criar a Agência de Desenvolvimento, o Escritório de Representação do PR em Brasília – que será uma central de elaboração de projetos de captação de recursos – a Agência Reguladora – que irá fiscalizar os serviços públicos – e também promover a inclusão digital, provendo acesso à internet em banda larga para todos os municípios.
BETO RICHA – 45 PSDB
Algumas linhas fundamentais: levar mais qualidade de vida ao meio rural, consolidar as regiões metropolitanas de Londrina, Maringá e do oeste, descentralizar as atividades econômicas (hoje concentradas na Região Metropolitana de Curitiba, norte e oeste) e priorizar investimentos sociais em municípios com menor IDH.
Criar Regiões de Desenvolvimento (Redes) em 20 mesorregiões do Estado, reorganizando os serviços públicos estaduais, numa primeira etapa, e posteriormente agregando serviços municipais e federais para facilitar a vida do contribuinte e agilizar o acesso a serviço público de qualidade.
Criar conselhos regionais de desenvolvimento, constituídos por prefeitos, presiden,tes das câmaras municipais, representantes da sociedade, polícias Civil e Militar e núcleos regionais do governo.
Levar a saúde para mais perto das pessoas com disseminação das práticas do programa Mãe Paranaense; criar centros de especialidades médicas e centros de urgência e emergência em todas as regiões do Estado, além de apoio aos municípios na ampliação das unidades básicas de saúde.
A educação, prioridade número um do governo, terá ênfase na qualidade do ensino fundamental, expansão de vagas no ensino médio e ampliação de opções do ensino técnico profissionalizante, oferecendo cursos sintonizados com as necessidades locais do mercado de trabalho. Criar 500 escolas integrais nos municípios de menor IDH e apoiar os municípios na garantia da oferta de vagas no ensino de 4 a 17 anos. Pagar às prefeituras a sua conta no transporte escolar.
Estimular consórcios intermunicipais (especialmente de saúde).
O investimento em infraestrutura é vital. Criar 60 patrulhas rodoviárias para melhorar as estradas rurais. Investimentos na malha rodoviária estadual; redução negociada do pedágio; extensão da ferrovia até Guaíra, modernização do Porto de Paranaguá e melhoria dos principais aeroportos do Estado.
O plano de habitação prevê 100 mil unidades, das quais 10 mil unidades serão em áreas rurais. Unir as universidades estaduais e os institutos de pesquisa num esforço conjunto para acelerar programas de inovação, ciência e tecnologia.
PAULO SALAMUNI – 43 PV
Para reduzir esses diferenças, uma das nossas propostas é a ampliação da presença das universidades estaduais nas regiões mais desfavorecidas, para que estas regiões possuam engenheiros qualificados em numero suficiente para que empresas de médio e grande porte sejam supridas por mão de obra qualificada.
Também vamos combater o sistema de pedágio instalado durante o governo de Jaime Lerner. Promoveremos, por meio de linhas de investimento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), investimento de ampliação do parque tecnológico paranaense nas regiões que possuam baixa participação na formação do PIB do Paraná.
Vamos implementar benefícios fiscais para estas regiões, em áreas chaves da economia. Criaremos um plano de desenvolvimento econômico específico para cada uma das regiões do interior do Paraná.
Estimularemos a criação de cooperativas agrícolas nas regiões mais carentes, por meio do oferecimento de assessoria técnica e administrativa adequada, utilizando-se do capital humano que a Emater possui na área tecnológica e dos consultores altamente qualificados do Sebrae.
LUIZ BERGMANN – 50 PSOL
Isso decorre da falta de planejamento dos governos que se sucederam nas últimas décadas. Esse desenvolvimento caótico seguiu apenas os interesses das grandes corporações.
O projeto do PSOL, que tem o ser humano e a natureza como pilares, prevê o desenvolvimento pleno de todas as regiões, a partir de suas riquezas, respeitando os limites da natureza.
Iremos apoiar a agricultura camponesa, priorizando a produção agroecológica e, a partir daí, estimular a criação da pequena indústria. Criar redes estatais de comercialização para a pequena produção agrícola e industrial.
Investir em políticas públicas nas regiões menos desen,volvidas, saúde (hospitais de média e alta complexidade), educação (cursos superiores voltados à realidade da região), saneamento básico e infraestrutura (energia, transporte, comunicações), priorizando o desenvolvimento de energias limpas e o transporte ferroviário, favorecendo, inclusive, o turismo no estado.
Fazer a reforma agrária para dar terra a quem precisa, como medida de revitalização da economia. Usar a estrutura da COPEL para dar acesso à rede mundial de computadores para as pequenas empresas, pequenas propriedades rurais e autônomos, possibilitando acesso à informação e comercialização dos produtos e serviços dos municípios do interior.