Depois de exporem suas propostas para o desenvolvimento econômico do estado nas duas últimas semanas, com os temas agricultura e indústria e comércio, os principais candidatos ao governo do Paraná apresentam agora como pretendem dar estrutura para que essa produção circule por todo o estado e chegue para fora do Paraná e do país. O tema deste domingo é Transportes.
OSMAR DIAS – 12 PDT
A questão da infraestrutura de transportes é vital para o desenvolvimento do Paraná. Estima-se que a recuperação do sistema de transportes dependa de investimentos da ordem de R$ 6,6 bilhões. As estradas precisam ser melhoradas e o porto de Paranaguá precisa ser ampliado com o cais oeste para que mais mercadorias sejam exportadas, além de contar com um terminal de passageiros para o fomento ao turismo.
Entre as obras de infraestrutura rodoviária previstas no Paraná, incluídas no PAC 2, está, por exemplo, a da BR 153, construção do trecho de 50,5 Km entre Alto do Amparo e o entroncamento da BR 373 (Transbrasiliana). Também estão no pacote de obras do governo federal a ampliação do terminal de passageiros e construção da terceira pista do aeroporto Afonso Pena em São José dos Pinhais e melhoramentos no Canal de Navegação da Hidrovia Rio Paraná.
A segunda versão do PAC prevê ainda o custeio de estudos para a reforma e ampliação do terminal de passageiros do aeroporto de Foz do Iguaçu; estudo de viabilidade para a implantação de um trem de alta velocidade entre São Paulo e Curitiba e a construção do novo silo público graneleiro no Porto de Paranaguá, além da manutenção de trechos rodoviários. O PAC 2 contempla o Paraná com cerca de R$ 1,5 bilhão para obras de infraestrutura e logística.
Com relação do pedágio, vamos criar uma agência composta por usuários e representantes das concessionárias e do governo do Estado. A proposta é dar transparência ao processo, com publicação mensal de balanço sobre investimentos e arrecadação das concessionárias. Sem politizar, mas tratando esse assunto com a seriedade que ele merece, nós vamos colocar na mesa a planilha e estabelecer uma tarifa que seja justa.
Os Portos de Paranaguá e Antonina continuarão públicos e receberão investimentos para que sejam modernizados. Pretendo fazer deles terminais modernos e altamente competitivos, com custos cada vez menores. Por isso, penso que a gestão dos terminais do Paraná deve ser profissionalizada.
Outro ponto importante é o transporte ferroviário. O trecho de Curitiba até Paranaguá precisa ter a sua capacidade aumentada. Todos os outros trechos, de alguma forma, dependem deste para formar a cadeia logística do Paraná até os Portos de Paranaguá e Antonina. Há também um gargalo entre Guarapuava e Ponta Grossa que impede aumento na capacidade de transporte, causado principalmente pela geografia complicada em que se encontra aquele trecho.
BETO RICHA – 45 PSDB
Elaborar o Plano Rodoviário Estadual, cuja última versão foi produzida em 1951 e o Plano Aeroviário Estadual, que possibilitará maior facilidade na obtenção de recursos e a priorização de obras.
Implantar o Programa Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas, para reduzir o número de acidentes e mortes e contribuir com o aumento do IDH do Estado.
Negociar com as Concessionárias a redução das tarifas de pedágio, despolitizando o tema.
Viabilizar a pavimentação do trecho Cacatu-Guaraqueçaba, com base no conceito “Eco-estrada” e asfaltar o acesso aos municípios de Coronel Domingos Soares, Mato Rico, Campina do Simão e Doutor Ulysses.
Recuperar as estradas vicinais e rurais. Para esta finalidade, serão implantados 60 Consórcios com patrulhas mecanizadas.
Realizar as obras viárias necessárias no Estado, a começar pelas seguintes prioridades: pavimentação do trecho, São Mateus do Sul-Irati (PR 364), duplicação do trecho PR415 entre Pinhais e Piraquara (11 km), ampliação da Linha Verde Sul até Fazenda Rio Grande, conclusão da duplicação da PR417 trecho Curitiba-Colombo, ampliação da Linha Verde Norte; pavimentação da ligação Barra do Jacaré-Jacarezinho; pavimentação da ligação Boa Esperança do Iguaçu – Nova Prata do Iguaçu (18 km); construção da ligação Cerro Azul-Doutor Ulysses-Jaguariaiva; readequação da PRT280 trecho da BR153-Palmas-Clevelândia-Mariópolis- Pato Branco-Francisco Beltrão, seguindo pela PR483 e PR182-Ampere-Realeza-Capitão Leônidas Marques e com a BR277 em Cascavel.
Mobilizar as forças políticas no sentido de garantir recursos para a realização das obras viárias de responsabilidade do Governo Federal. Construir nova ligação do Porto de Antonina à BR277.
Viabilizar a ligação da Hidrovia do Rio Paraná – “mar de dentro”, em Guaíra, ao Porto de Paranaguá, através de um ramal ferroviário entre Guaíra-Cianorte (via ALL) ou Guaíra-Cascavel (via Ferroeste).
Investir em projetos e na mobilização das forças políticas para a garantia dos recursos necessários na ampliação da capacidade operacional do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, do Aeroporto Regional do Norte, em Londrina, do Aeroporto Regional das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu, e para a construção do Aeroporto Regional do Oeste (Cascavel-Toledo).
PAULO SALAMUNI – 43 PV
Todos os gargalos logísticos (modais de transportes, rede de informação e telecomunicações e mobilidade urbana, por exemplo) serão focos da ação do estado deverão ser minimizados com investimentos prioritários.
O estado do Paraná tem necessidade de ampliar e melhorar aeroportos existentes, bem como construir novos. Neste contexto há necessidade de ampliar o Aeroporto Afonso Pena (a maior parte da carga aérea do PR desce em Campinas) com a construção da 3ª pista e terminal além de criar um “Air Gate” importante nesse aeroporto. O reforço ao aeroporto de Maringá no setor de carga aérea é outro exemplo desta questão.
Necessidade de renegociar, de maneira adequada para todas as partes, alguns contratos de pedágio. Ou, oferecer estradas alternativas, sem pedágio.
Os portos do Paraná necessariamente terão administração voltada à sua ampliação, sua adequação ambiental e à sua perfeita organização logística, tanto nas operações no mar quanto em terra.
No que depender do estado, construir as eletrovias e infovias (galerias subterrâneas por onde passariam os cabos de energia e comunicação, além de tubulações de gás e água onde possível) nas grandes cidades, para retirar a fiação aérea de energia, TV a cabo e outros provedores.
Fortalecer a Ferroeste, criando linhas e terminais já previstos, ampliando assim a participação do modal ferroviário no transporte e cargas e pessoas.
Construir o alcoolduto entre o Noroeste e o Porto de Paranaguá.
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*O candidato Luiz Felipe Bergman (Psol) não enviou suas propostas dentro do prazo combinado com a reportagem