Já começou o “fogo cruzado” entre os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenções de voto para o governo, Álvaro Dias (PDT) e Roberto Requião (PMDB), no horário eleitoral gratuito.
Candidatos a deputado federal do PMDB usaram ontem boa parte do seu tempo na TV para criticar a proposta de segurança defendida por Álvaro. Além disso, a assessoria jurídica do PMDB conseguiu da Justiça Eleitoral a suspensão temporária dos comerciais do senador pedetista sobre a violência, que prega uma espécie de “tolerância zero” no combate ao crime. No programa eleitoral, os candidatos peemedebistas atacaram o mote utilizado por Álvaro “no meu governo, no confronto com os bandidos, a polícia vai atirar primeiro”, insinuando que o senador está propondo a violência para combater a violência. “Sair por aí, atirando, não é a melhor política de segurança”, atacou o candidato a deputado federal Cesar Benoliel, no programa do PMDB exibido na televisão. Outros candidatos disseram que violência se combate com educação e emprego. Na Justiça Eleitoral, o argumento do PMDB para torpedear o programa de Álvaro foi outro. Os peemedebistas alegaram que o senador teria usado recursos de computação gráfica, o que é proibido pela Lei Eleitoral.
O candidato do PDT disse que os ataques do PMDB são “vazios” e que a diretriz de sua política de segurança é ter policiais bem pagos e preparados para ganhar a guerra contra a criminalidade. “O que está em discussão é uma questão de autoridade. Ao defender o rigor nas ações de governo na área de segurança, estamos querendo dizer que uma polícia eficiente, que chega na frente dos marginais, garante a proteção das famílias paranaenses”, explicou. Para o senador, a reação do PMDB a sua proposta é uma prova de que ele “acertou no alvo” ao abordar o tema de forma incisiva.
TRE suspende inserções
Fabiane Prohmann
O juiz Marcelo Maluceli, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), concedeu ontem liminar suspendendo as inserções obrigatórias do candidato ao governo Álvaro Dias (PSDB), em que ele aparece em imagens externas, o que é proibido pela Lei Eleitoral 9.504, artigo 51. A representação foi apresentada pelo PMDB, com pedido de liminar, contra Álvaro Dias e a Coligação Vote 12 (PDT, PPB, PTB, PTN, PRP, PTdoB). Dias tem 48 horas para apresentar sua defesa.
As demais representações contra programas exibidos foram entregues ao TRE na terça-feira. A Coligação Vote 12 entrou com três representações contra o PMDB e o candidato ao governo, Roberto Requião. Já o PMDB entrou com uma contra a Coligação Vote 12 e outra contra a Coligação Paraná de Todos Nós (PSDB, PFL, PSL, PAN) e o candidato ao governo Beto Richa.
O motivo das representações foi o mesmo. Partidos e coligações utilizaram o horário reservado para a propaganda de deputados estaduais e federais para mostrar candidatos ao governo estadual, o que é proibido por lei.