Os dez candidatos ao cargo de procurador-geral da República concordaram nesta terça-feira, 4, que é necessária uma maior articulação interna e externa para se combater a criminalidade organizada. Eles participam de debate organizado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Todos os dez candidatos que registraram seus nomes para concorrer à lista tríplice da entidade – que pode ou não ser seguida pelo presidente Jair Bolsonaro – participam do evento, realizado em São Paulo.
Atual mandatária da instituição, Raquel Dodge ficou em segundo lugar no disputado pleito interno da categoria em 2017. Agora, ela não se inscreveu para concorrer na eleição promovida pela Associação dos Procuradores, mas ainda pode ser reconduzida por “via direta” do Palácio do Planalto.
O ex-presidente da ANPR José Robalinho Cavalcanti fez críticas ao combate ao crime em fronteiras. Ele também reconheceu a ausência da Ministério Público na luta contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O procurador Blal Dalloul, secretário-geral na gestão de Rodrigo Janot, propôs a criação de um grupo nacional de combate ao crime organizado, além de ampliação dos gabinetes de inteligência e contra-inteligência.
Para Nívio de Freitas, é necessário um intercâmbio permanente com instituições como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), a Polícia Federal e o Ministério da Justiça.
Lauro Cardoso, paraquedista do Exército e secretário-geral do Ministério Público da União, defendeu que o Ministério Público Federal estabeleça convênios para enfrentar o crime organizado.
Para Antonio Carlos Fonseca, o gabinete do procurador-geral deve dar o tom do combate ao crime organizado. Para ele, é necessário ainda que sejam mapeados os riscos.
Na mesma linha, José Bonifácio Andrada disse que a proposta dele é reunir os procuradores especialistas em cada área para conduzir os debates. Ele levantou ainda a possibilidade de regionalização de núcleos para ampliar os resultados do trabalho desempenhado atualmente.
A subprocuradora-geral Luiza Cristina Frischeisen defendeu que os núcleos de combate à corrupção devem servir de exemplo para lutar contra a criminalidade. Ela cobrou ainda uma ação contínua e não práticas isoladas.
O também subprocurador Paulo Eduardo Bueno cobrou uma melhor interlocução com órgãos do executivo, bem como uma maior efetividade da Justiça.
O procurador regional Vladimir Aras defendeu um trabalho mais firme da Secretaria de Relações Institucionais para interlocução com temas legislativos e uma integração com os ministérios públicos estaduais.
Além da questão da criminalidade, os 10 candidatos fizeram rodadas de perguntas uns para os outros. Os procuradores discutiram fake news, manifestações em redes sociais, proteção ambiental, papel do Tribunal do Júri e prevenção à corrupção.