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Candidata do PRB obteve R$ 585 mil e 161 votos

O procurador regional eleitoral substituto Juraci Guimarães Júnior, do Ministério Público Eleitoral no Maranhão, determinou a instauração de procedimento extrajudicial e inquérito policial para apurar supostas irregularidades na prestação de contas da candidata a deputado estadual Marisa Regina Duarte Teixeira, a Marisa Rosas, do PRB. A suspeita é de que ela tenha sido usada como “candidata laranja” para desviar recursos públicos repassados para sua campanha.

Novata na política, ela recebeu um total de R$ 585 mil do partido e só obteve 161 votos – o que representa um custo de quase R$ 3.700 por voto. Outro detalhe chamou a atenção do procurador: desde setembro de 2016, Marisa Rosas recebe auxílio financeiro do Bolsa Família.

A candidata, sua contadora e representantes de empresas contratadas com a verba de campanha serão ouvidos. Por meio de dados do Sistema de Divulgação de Candidaturas (DivulgaCand), da Justiça Eleitoral, a Procuradoria já verificou que, dos 11 candidatos a deputado estadual e dois a deputado federal pelo PRB no Maranhão, Marisa Rosas foi a segunda maior beneficiária com doações do partido. Dos R$ 585 mil recebidos, 39,31% saíram do fundo eleitoral, enquanto o restante veio do Fundo Partidário.

‘Santinhos’

Esses recursos teriam sido utilizados para pagamentos de publicidade por materiais impressos, combustível e locação de veículos. A maior parte dos recursos foi destinada a uma gráfica localizada na cidade de Tuntum, a 305 km de São Luís – e que tem como um de seus controladores um filiado do próprio PRB.

Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, a candidata admitiu ter mandado fazer nove milhões de “santinhos”, mais do que a população total do Estado. O mote da sua campanha foi “A mulher em foco”.

Em sua decisão, o procurador regional eleitoral afirmou que “a condição econômica da candidata, aliada à sua inexperiência política, não torna crível que ela tenha sido agraciada pelo partido como a segunda maior beneficiária e tenha tido tão inexpressiva votação”.

A instauração de procedimento pelo Ministério Público e a determinação de abertura de inquérito policial têm objetivo de “apurar eventual prática de desvio de dinheiro público das eleições”, informou a assessoria da Procuradoria.

Procurada ontem pela reportagem, Marisa Rosas não foi localizada para dar sua versão sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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