O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos (PSB), afirmou nesta quarta-feira, 06, que o Brasil vive hoje os efeitos da crise internacional desencadeada há quatro anos, mas que apesar disso o setor do agronegócio tem ajudado “no pouco crescimento do País”.
Em sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, o pessebista disse ainda que desacertos internos levaram a um cenário de baixa expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação persistente. O candidato afirmou que o ambiente macroeconômico do Brasil precisa melhorar para que o setor privado aceite aportar recursos em projetos chave para o desenvolvimento do País.
Ele usou o início do seu discurso de apresentação no evento para fazer uma análise do cenário macroeconômico do País. Em crítica direta ao atual governo, do PT, Campos defendeu a criação de um Conselho Nacional de Responsabilidade Fiscal para acabar com a chamada “contabilidade criativa”.
“É fundamental crer no planejamento, na meritocracia e na governança com metas e objetivos definidos”, disse, advogando por um aumento de ao menos 30% na produtividade na “velha máquina pública”. “É fundamental uma mudança de cultura. O Estado existe para servir a sociedade, e não o contrário”, concluiu.
Ele voltou a fazer críticas ao atual modelo político do Brasil, dizendo que esse padrão “esclerosou”. “A sociedade sente-se hospedada em hotel de cinco estrelas quando na verdade está em hotel de meia estrela”, disse.
A candidata a vice na chapa de Campos, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, acompanha o evento. Ela sofre resistência do agronegócio do País.
OMC
Em discurso focado na liderança do presidente da República em políticas para o setor, Campos listou cinco pontos que seu governo adotaria para estimular o agronegócio: governança renovada no Estado na relação do campo, criação de uma nova política de renda a agricultores, melhora no padrão da infraestrutura, política comercial e busca por tornar o Brasil uma “potência como líder global em produtividade e sustentabilidade”.
O candidato foi aplaudido após colocar em sua fala pontos destacados em carta aberta elaborada na CNA, chamada de “O que esperamos do próximo presidente 2015-2018”. Entre eles: sugerir a assinatura de acordos comerciais bilaterais e assumir um “ativismo técnico” na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Não podemos ter uma política externa de partido, precisamos de uma política externa de Estado”, afirmou.
Ao sugerir uma reformulação no Ministério da Agricultura, Campos foi aplaudido três vezes por produtores. “Assumo o compromisso de fortalecer o Ministério da Agricultura, que é tirá-lo do balcão da política”, prometeu. “É preciso que quem olhe Brasília enxergue um ministro que possa falar com o presidente da República”, disse.