O governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) voltou a criticar “as velhas lideranças políticas carcomidas” do País ao falar, no final da manhã desta segunda-feira, para uma plateia de cerca de duas mil mulheres, no teatro Guararapes, em Recife, onde foi ovacionado com um coro: “Brasil pra frente, Eduardo presidente”.
“Estamos num processo de construção de um novo Brasil, que precisa também de um novo pacto social e político”, disse ele, ao discursar no evento em defesa da igualdade de gêneros. “Não vamos arrancar o resto de machismo que tem na máquina pública desse País com as velhas lideranças políticas carcomidas que nunca assumiram os compromissos de romper com esses cacoetes e deformações”.
O governador, que tem assumido uma forte movimentação nacional para fortalecer seu nome como presidenciável, afirmou, em outro evento nesta segunda, que a posição do PSB é de ‘solidariedade’ com o projeto da presidente Dilma. “Mas agora precisamos discutir o Brasil e isso não pode ser um incômodo”.
Indagado se as críticas ao governo Dilma ajudam a presidente, ele destacou que existem fóruns para as críticas dos aliados, mas na falta de oportunidade, é preciso ter ‘responsabilidade de falar’.
Agenda
O presidente nacional do PSB negou estar com uma agenda cheia pelo País motivado pelas eleições presidenciais. “Candidaturas serão discutidas em 2014, até porque ninguém sabe dizer agora o que vai acontecer com cada um dos partidos em 2014, estão todos internamente debatendo”, desconversou. “Em todo partido tem gente pensando de um jeito e gente de outro, o tempo das definições ainda vai chegar”.
Ao responder se teme retaliação do governo federal por conta dessa movimentação política, ele foi taxativo: “Nenhum temor”. “Não é de nossa tradição temer este tipo de coisa e nem da presidente agir desta forma”.
Disse ainda estar cumprindo a mesma agenda de sempre, desde antes de 2007, participando de muitos debates e fóruns para falar da experiência no governo estadual, o que ajudou a trazer muito mais investimentos para Pernambuco do que para outros Estados. “Só que agora vira notícia”, disse.