O presidenciável Eduardo Campos (PSB) admitiu a importância da parceria com o governo do ex-presidente Lula para o desenvolvimento recente de Pernambuco, mas criticou a avaliação de que o avanço do Estado foi conquista apenas do governo federal. “Isso é um jeito meio desesperado de tratar as coisas”, disse.

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“O governo do presidente Lula fez muitas parcerias e foi muito importante para Pernambuco, mas só houve essas parcerias também porque o governo (estadual) tinha projetos, porque tinha uma gestão exitosa”, disse em entrevista à Rádio ABC, de São Paulo.

Campos fez o comentário apenas em relação aos quatro primeiros anos dos sete anos e meio que governou o Estado, referentes ao governo de Lula, e não mencionou a relação com o governo de Dilma Rousseff.

O ex-governador ressaltou que levou métodos de gestão da iniciativa privada para o Palácio Campo das Princesas e mencionou os resultados positivos nas áreas de educação e segurança de Pernambuco. O pré-candidato falou ainda da repercussão desses resultados na sua reeleição: “Eu tive o maior porcentual de votos em uma reeleição em toda a história de eleições do Brasil”.

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Sobre o movimento “Volta, Lula”, Campos disse que ele é alimentado pela frustração da população com o governo atual. “As pessoas votaram com muita esperança na presidenta Dilma”, disse, argumentando que a população não viu as melhorias esperadas, ao contrário, viu retrocesso. “Mas esse ciclo é um conjunto do Partido dos Trabalhadores que vai ter que resolver.” Campos disse ainda que, na última vez que falou pessoalmente com Lula, o ex-presidente “foi categórico em dizer que a vez era da presidenta”. Campos não citou a data do encontro.

Indústria

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Questionado sobre a preocupação com o desemprego na indústria automotiva no Estado de São Paulo, o presidenciável afirmou que os casos de férias coletivas como da General Motors, em São José dos Campos, desde o mês passado, são um “prenúncio” de tempos mais negativos para a economia do País. “Já é o prenúncio de um tempo negativo, de um tempo difícil”, disse.

O pré-candidato ligou o potencial problema à condução da economia pelo governo federal, voltando a criticar o baixo crescimento brasileiro dos últimos três anos, com perda de “rumo estratégico” e de confiança dos agentes econômicos. “O governo que está aí é responsável em grande medida”, disse.

Campos afirmou que, hoje, a participação da indústria de transformação no PIB caiu ao mesmo nível que tinha no governo Juscelino Kubitschek e disse que é possível “animar” a indústria através das exportações, alavancando o emprego industrial. “Tenho certeza de que isso é possível resgatando o ambiente de estabilidade econômica”.