O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, garantiu hoje, em Curitiba, que seu partido não discute “de forma alguma” a possibilidade de deixar a base do governo da presidente Dilma Rousseff. “Nós estamos na base, ajudamos a construir e estamos querendo ajudar a presidente, ela tem a nossa solidariedade e o nosso apoio”, salientou. Campos também diz não acreditar que haverá enfraquecimento da base com a declaração de independência do PR. “É cedo para avaliar até se o PR saiu mesmo”, disse.
Campos esteve na capital paranaense para participar da inauguração de uma creche que leva o nome do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, seu avô. Antes passou por Brasília, onde, na noite de ontem, teve uma reunião com a presidente Dilma. “Acho que o primeiro tempo do governo foi um tempo de cuidar da questão econômica, do desafio de controlar a inflação, de enfrentar a crise econômica internacional, de formatar os programas que vêm lançando”, analisou. “Agora é uma hora de azeitar a relação com o Congresso, com os governadores, com os prefeitos, ou seja, da articulação política”.
Para ele, o diálogo é o “grande instrumento” a ser utilizado neste momento para resolver “problemas que possam ter com a base”. “A presidente tem firme propósito de fazer um governo comprometido com o espírito republicano e, se algum tipo de problema tem na gestão, a posição dela é muito clara e tem nosso apoio para isso, que deve ser apurado e punido quem está errando, quem descumpre os preceitos fundamentais do exercício da gestão pública”, acentuou.
Segundo o presidente do PSB, as notícias de corrupção têm surgido continuamente em razão da existência de uma Polícia Federal (PF) profissionalizada e sem interferência política, de um Tribunal de Contas com carreira e ativo, de um Ministério Público atuante e de uma imprensa livre. “Aí passa a impressão de que está tendo mais caso de corrupção. Não. É porque a corrupção está sendo mais combatida pelo cidadão brasileiro que não tolera pagar 40% de tributo e ver alguém se apropriando do que é público”, reforçou.