Provável candidato a presidente da República, o governador de Pernambuco (PSB), Eduardo Campos, afirmou nesta quarta-feira que “quem viver verá” o que ele poderá “fazer mais” pelo Brasil, ao comentar o uso, pelo PT, do slogan do PSB “é possível fazer mais”. Ele disse que “o partido da presidente Dilma e do ex-presidente Lula fizeram um programa com o mesmo tom, com a mesma mensagem”, mas não considerou o fato uma apropriação.

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“Acho que conseguimos um passo importante: todos admitirem que é preciso fazer mais”, disse, em entrevista, em Caruaru, no agreste, a 130 quilômetros do Recife, onde visitou o Assentamento Normandia, do MST, símbolo de resistência pela reforma agrária no Estado. “Isso é bom para o povo brasileiro; ruim na vida é quando a gente acha que já fez tudo e começa a contar o que já foi.” Para ele, é importante que todos – cidadãos, comunidade, família, empresa, País – “se sintam desafiados a fazer mais e melhor”.

O governador mantém posição dúbia em relação a uma candidatura. Repete sempre ser preciso “ganhar 2013” e que assunto de eleição só em 2014. Mas, ao demonstrar afinidade e parceria com movimentos sociais como o MST em defesa da reforma agrária, ele se escuda contra a pecha de “direita” que o PT tenta impingir à sua possível candidatura presidencial.

Campos foi recebido pelo coordenador regional do MST-PE, Jaime Amorim, como “um governador de ousadia e coragem” por ter liderado uma longa luta pela desapropriação recente de duas áreas palco de conflito – os engenhos Camaragibe, no município de São Joaquim do Monte, no agreste, e Bonito, no município de Condado, na zona da mata.

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“Não vai ter campo produtivo com latifúndio improdutivo”, discursou, depois de ter assinado convênios para instalação de unidades de beneficiamento de tubérculos e construção de cisternas calçadão no Normandia, terra ocupada pela primeira vez há 20 anos e palco de despejos, reocupações e greve de fome dos sem-terra. Foi desapropriada em 1997. A área de 45 hectares, abriga 45 famílias assentadas e servirá de piloto para um projeto de aração e plantio de alimentos para consumo humano e animal. Por sua vez, Amorim frisou que o MST tem linha filosófica marxista-leninista e não faz parte da sua história ser “puxa-saco”.

Presidente nacional do PSB, o governador foi convidado para a comemoração do Primeiro de Maio promovida pela Força Sindical, em São Paulo, mas disse ter optado por estar perto dos trabalhadores do campo e do semiárido do seu Estado, que atravessam fase muito dura, com a estiagem. Até a sexta-feira, ele fará um périplo por 14 municípios do agreste, onde as primeiras chuvas começaram a cair e o governo estadual monta um esquema para plantar 40 mil hectares, dispondo tratores para arar a terra e fornecendo sementes de feijão e milho. No agreste o período chuvoso vai de abril a julho.

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