Cumprindo agenda no Espírito Santo, governado pelo seu correligionário que disputa a reeleição Renato Casagrande, o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) defendeu que Estados produtores de petróleo, como o ES, não deveriam perder recursos com a distribuição de royalties. “Minha posição é muito clara: não tirar os recursos que já são dos Estados produtores hoje, como do Espírito Santo e do Rio de Janeiro”, disse ao ser questionado por jornalistas.
O candidato disse que em “novas áreas de exploração”, em referência ao pré-sal, deveria haver uma “distribuição mais justa”. “Nunca defendi que se tocasse num direito adquirido, mas a União, o governo federal, precisava pegar a sua parte e distribuir melhor com aqueles que não eram produtores”, afirmou Campos. “Se esse acordo tivesse sido feito lá atrás, e não foi porque algumas lideranças do Rio de Janeiro inviabilizaram, nós teríamos um marco legal já muito seguro, para todos os Estados brasileiros”, completou.
Em março de 2013, Campos foi amplamente criticado por lideranças fluminenses, por ter articulado a aprovação da lei que estabeleceu uma nova distribuição dos royalties do petróleo, inclusive dos campos que já estavam em operação, diminuindo a fatia de Estados produtores e aumentando a parte destinada a Estados não produtores.
O aliado do governador fluminense à época – Sérgio Cabral (PMDB) -, deputado Paulo Melo (PMDB), chegou a chamar de “irresponsável” a “quebra do pacto federativo” no sistema proposto de redistribuição. Campos era, então, governador de Pernambuco, um dos Estados não produtores de petróleo que foram beneficiados pelo novo modelo de partilha.
Promessas
Eduardo Campos criticou o governo federal do PT de Dilma Rousseff e o governo anterior, do PSDB, de alienar o Espírito Santo nos últimos 20 anos. “Serei o presidente da República que vai tirar o Espírito Santo do isolamento”, disse Campos aos jornalistas. “O Espírito Santo vai contar com investimentos, com recursos. Diferentemente de nossos adversários, quando governaram o Brasil, que levaram os recursos do Espírito Santo, mas não devolveram em obras e ações”, completou.
Campos criticou em especial a falta de recursos da União para obras de infraestrutura, como rodovias, porto e aeroporto. Ele voltou a exaltar sua gestão nos últimos sete anos à frente de Pernambuco, que, segundo Campos, também sofria com o “isolamento” do governo federal. O candidato afirmou que o Espírito Santo tem potencial para crescer no setor manufatureiro e como polo logístico.