O governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB), defendeu nesta quarta-feira “regras claras, e não regras frouxas” para se criar 500 ou mais municípios no Brasil. “Isto poderá significar somente mais gasto público e redução das políticas públicas na vida dos que mais precisam”, alertou ele. “Há o perigo de se abrir processo de criação de municípios de forma eleitoreira e oportunista”.
O debate e criação de novos municípios não devem ocorrer, segundo ele, em período próximo de eleições e se deve ter o cuidado de não se criar a ilusão de que com um novo município a vida das pessoas irá melhorar.
“Estamos vivendo uma tremenda crise econômica mundo afora e o Brasil luta todos os dias para retomar o seu crescimento”, observou. “A situação fiscal vem ficando cada dia mais dura para os municípios brasileiros e não vamos achar que criar mais municípios vai resolver os problemas da população”.
Para ele, mais importante é o debate estratégico para fortalecer os municípios que já existem e que precisam qualificar suas máquinas públicas, uma vez que muitos deles têm dificuldade para oferecer serviços como creches, posto de saúde e coleta de lixo adequada.
Ele reconheceu, porém, que há casos a serem debatidos e exemplificou com São Domingos, no agreste pernambucano. São Domingos é bairro do município de Santa Cruz do Capibaribe, e distrito de Brejo da Madre de Deus. Tem atividade econômica, mais de 20 mil habitantes e vive situação difícil, não recebe investimentos.
O governador deu entrevista depois de anunciar o Plano de Aplicação para o Desenvolvimento Sustentável, que contará com R$ 205 milhões provenientes da compensação ambiental por grandes empreendimentos instalados no Estado.
Truculência
Nesta terça-feira, 4, durante ato de assinatura da ordem de serviço para o início das obras da Adutora do Agreste, que vai beneficiar 68 municípios da região com segurança hídrica, no município de Pesqueira, o governador reclamou da pressão eleitoral sobre o PSB para que o partido decida logo sua posição em relação à eleição de 2014.
“Por que o PSB não tem o direito (de discutir candidatura)? Por que temos de definir amanhã? Por que essa truculência? Isto é um direito democrático”, disse aos jornalistas que o entrevistaram. “No momento em que o PSB entender ser correto, vamos consultar os fóruns partidários e discutir”.
Nesta quarta, ao ser indagado a quem ele se referia como truculento, ele disse não se sentir pressionado por outras legendas nem por ninguém. “Só por vocês mesmos (repórteres)”, brincou.