O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, deixou claro ontem que não pretende explorar na campanha a goleada por 7 a 1 que o Brasil sofreu para a Alemanha, na terça-feira, na semifinal da Copa da Fifa 2014. “Nossa proposta foi, é e sempre será trabalhar a favor do Brasil. Queremos sempre que as coisas no Brasil deem certo. Essa tem sido nossa atitude e continuará sendo”, disse.

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Campos entende que o vexame vivido pelo Brasil no Mineirão deve ser tratado como um tabu, porque não rende nada em termos de votos. Pelo contrário, insistir nele pode é aumentar a irritação do eleitor. Por causa da derrota sofrida pelo Brasil o ex-governador cancelou a visita que faria a Fortaleza ontem, para dar prosseguimento à campanha. Ele avaliou que o eleitor não entenderia direito a atitude de um candidato pedindo votos no dia seguinte à comoção nacional causada pela derrota.

Antes da goleada, a campanha de Eduardo Campos havia traçado algumas estratégias para o caso de a presidente Dilma Rousseff tentar ganhar o eleitor com a boa receptividade do torneio pelo público. A ideia era dizer que as denúncias de corrupção envolvendo a construção dos estádios não deveria ser esquecida, apesar do sucesso da Copa da Fifa.

Essa estratégia será mantida. Os bilionários empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção dos estádios deverão ser lembrados na campanha, mas sempre em relação à suspeita de irregularidades e sobre os limites entre o público e privado. Nunca haverá uma condenação aos estádios, que servirão à prática do futebol nos campeonatos do País daqui para a frente.

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Sempre que o assunto futebol for lembrado, Campos pretende chamar a atenção do eleitor, dizendo que é possível dar um passo à frente e voltar mais forte. E que, assim como fez uma festa muito bonita durante o torneio de futebol da Fifa, poderá fazer o mesmo na eleição de outubro, quando escolherá o próximo presidente da República. A prioridade de Campos agora é tentar melhorar sua posição diante do eleitor nas pesquisas eleitorais sobre a disputa presidencial.

“Nós nunca supervalorizamos o ganhar ou o perder na Copa. O que sabemos é que o mau humor da população não é bom para quem está no governo. E no momento a população está num mau humor danado por causa do futebol. Mas não vamos explorar essa questão”, disse o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, um dos chefes da campanha de Campos. “Depois que passar o susto da Copa, a população continuará de mau humor, porque terá à sua frente o Brasil real, com inflação, baixo crescimento econômico, problemas de gestão. É isso que vamos explorar na campanha”, disse ele.

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“As razões que sustentaram as candidaturas de oposição persistem, porque a situação econômica do Brasil é ruim, a educação é deficiente, o atendimento à saúde sofrível, falta segurança pública e condições dignas de transporte”, continuou Siqueira. “Sabemos que a única coisa que une o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste, é o futebol, independentemente da opção política de cada um. Por isso essa questão do resultado do jogo deve ficar à parte”, continuou Siqueira.