Campeão do nepotismo no Senado, Efraim Morais (DEM-PB), é alvo da denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPF-DF) pela contratação irregular de funcionários comissionados do Interlegis, sistema de inclusão digital do Legislativo, executado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Primeiro-secretário do Senado, Efraim é também o presidente do Interlegis. A ação civil pública pede a exoneração imediata de 10 funcionários desviados de suas funções para gabinetes de senadores.
João Brito de Góis Filho, por exemplo, atuava como advogado do DEM na Paraíba. Os demais casos mostram, igualmente, o desvio dos contratados para atender a interesses políticos do senador. É o caso de Andressa de Azambuja Alves, filha do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e de Jovino Pereira Nepomuceno Neto, filho do ex-prefeito de Barra de Santa Rosa (PB), reduto eleitoral do senador. Ambos confirmaram ao MPF-DF o desvio da função para os quais foram contratados.
Andressa está à disposição do gabinete da primeira-secretária, comandada por Efraim. Já o servidor Fabiano Xavier da Nóbrega é o chefe de pessoal da prefeitura de São Mamede (PB), comandada pelo prefeito Pedro Barbosa de Andrade, correligionário de Efraim. “Na mesma prefeitura, o irmão do senador Joácil Morais, presta serviços como médico contratado”, informa a denúncia do Ministério Público.
Além de ter sido obrigado pela súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) a demitir sete parentes – uma filha, cinco sobrinho e um cunhado – o senador contratou para cargos sob a sua subordinação parentes do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, do vice-governador e até mesmo do presidente da Assembléia Legislativa do Estado. Nos seis anos de mandato, passaram por esses cargos 23 pessoas ligados ao senador, sendo que 16 foram exoneradas. Procurado pela reportagem, Efraim preferiu não comentar o caso.