A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu, em entrevista dada hoje à noite ao SBT Brasil, que não haja uma espécie de “vale-tudo” político na campanha eleitoral. A presidenciável fez a afirmação após criticar os casos de quebra de sigilo fiscal, por servidores da Receita Federal, de pessoas próximas ao presidenciável do PSDB, José Serra. “Mesmo numa eleição, não se pode resvalar para um vale-tudo de campanha”, alertou.
Na entrevista, concedida aos jornalistas Carlos Nascimento e Karyn Bravo, a candidata do PV voltou a cobrar do ministro da Fazenda, Guido Mantega, pronunciamento sobre o caso e não quis polemizar quando perguntada se o vazamento teria motivações políticas. “O silêncio do ministro demonstra omissão e desrespeito à sociedade”, criticou.
De acordo com Marina, o episódio exige punição rigorosa dos envolvidos e tem levado os brasileiros a se sentirem vulneráveis. “Eu quero esperar pelas investigações. Você ter o seu sigilo fiscal violado, quer por interesse político quer por uma quadrilha que atua dentro do Ministério da Fazenda, através da Receita Federal, para achacar pessoas, é muito grave.”
Marina defendeu num eventual governo do PV um plebiscito para decidir sobre a legislação do aborto e se posicionou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ponderando, contudo, ser a favor da união civil. “Não defendo e nunca pratiquei nenhuma forma de preconceito. Mas, a cerimônia de sacramento, eu sou contra.”
A candidata também disse ser contrária à criminalização dos movimentos sociais, reforçando, no entanto, que defende o combate a qualquer forma de violência tanto desses grupos como daqueles que são contrários a eles. A candidata pregou uma gestão com os melhores políticos do PSDB e do PT, salientando que as duas siglas foram reféns do PMDB e do DEM quando estavam à frente do Palácio do Planalto. “As alianças que estão postas não farão reforma política, reforma tributária, não vai mudar nada.”