Desde ontem, a campanha da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) do senador Osmar Dias (PDT) ao governo e de Gleisi Hoffmann ao Senado ganhou o reforço em tempo integral do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

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O petista requisitou suas férias do cargo, em Brasília, e até o dia da eleição, 3 de outubro, permanece no estado ajudando na reta final da campanha. “Eu não me licenciei para a campanha. Eu tirei férias e como qualquer pessoa, posso fazer o que bem entendo nesse período. Eu vou fazer campanha” , disse.

Bernardo não pretende participar das atividades diárias das agendas das candidaturas majoritárias. O ministro explicou que sua contribuição será na área da articulação política e do convencimento do cidadão. “Vou ficar no telefone, conversando com as pessoas”, afirmou o ministro, que já vinha atuando na campanha nos finais de semana.

Apesar de ter se afastado de Brasília, no momento em que Dilma está sendo bombardeada pelas denúncias envolvendo sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, Bernardo disse que a campanha da ministra está sob controle.

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“Apesar da pauleira, até agora não houve alteração nos votos da ministra. O bom é que o povo brasileiro já sabe que, chegando perto da eleição, esse tipo de coisa costuma acontecer”, afirmou Bernardo, acrescentando que a campanha presidencial “virou um esgoto que está escorrendo a céu aberto”.

Para Bernardo, a campanha do tucano José Serra (PSDB) está partindo para ações desesperadas na tentativa de reverter o favoritismo da candidata petista. “Quando ele (Serra) estava na frente, era o Serrinha paz e amor. Depois que caiu, a primeira coisa que fez foi tentar cassar a candidatura dela. Quem cai no vale tudo, perde. Ninguém ganha com essa estratégia”, disse o ministro.

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Sintonia

Bernardo afirmou que não acredita na reprodução na sucessão estadual do clima agressivo que vigora na disputa presidencial. “Nós esperamos que o padrão não seja o mesmo que os tucanos estão adotando nacionalmente. E que o confronto fique no plano das ideias. O eleitor não gosta de nenhum outro tipo de confronto”, comentou.

No Paraná, o ministro avalia que a associação entre a campanha de Osmar com o presidente Lula e Dilma ajudou no crescimento das intenções de votos detectado nas pesquisas eleitorais.

Porém, Bernardo observou que a manutenção da tendência de crescimento da candidatura de Osmar não depende apenas do “efeito Lula”, que vai ser testado mais uma vez na próxima semana, quando está prevista uma nova viagem do presidente da República a Curitiba.

“O Lula influencia, mas isso também tem um limite. Nem todo mundo vai mudar o voto porque o Lula pediu”, observou. Para Bernardo, a reorganização interna da estrutura de campanha de Osmar também contribuiu para dar mais equilíbrio na disputa. “A campanha do Osmar estava desarticulada. Houve mudanças na coordenação e o discurso ficou mais afinado. A partir daí, a campanha começou a engrenar. Tem que manter esse ritmo”, disse.

Exceção

Não será toda a chapa majoritária da coligação de Osmar que terá ajuda do ministro. Ele manterá distância da campanha do ex-governador Roberto Requião ao Senado. “Ah, ele não precisa. Já está consolidado”, disse o ministro, que está rompido com o peemedebista.