O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse à reportagem nesta quinta-feira, 20, que a campanha de Ciro Gomes deve mirar em parte do voto anti-petista para conseguir chegar ao segundo turno das eleições presidenciais. A estratégia é modular o discurso de Ciro também para o que o partido chama votos de tucanos “sem plumagem” e “votos independentes”, que hoje flutuam entre candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos).

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“Tem um chamado voto independente e também tem o voto do tucano sem plumagem, do tucano mais simples: esses dois votos ainda não estão definidos na minha opinião. Podem flutuar de lá para cá, mas eles vão decidir ainda. Tenho certeza que tanto o eleitor que vota no PT com consciência, sem ser fanático, quanto o tucano sem plumagem, vão querer um voto contra o Bolsonaro”, disse. “(O tucano sem plumagem) também é um voto anti-petista e se divide um pouquinho (entre Geraldo Alckmin, João Amoêdo e Alvaro Dias) porque eles estão muito inseguros. Quando eles começarem a sentir que a embarcação do Alckmin está naufragando, vão começar a buscar um caminho”, complementou.

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Para Lupi, esse eleitor é geralmente de classe média, não gosta de radicalismo e pode enxergar no Ciro uma alternativa por conta do moto do desenvolvimento via geração de empregos. “Esse eleitorado, no meu modo de ver, é nacionalista, quer desenvolvimento, vê o emprego como mote principal para o crescimento da economia, é de classe média e não quer radicalismo. Eu falo brincando que não somos nem coxinha, nem mortadela, somos rapadura: dura, mas doce. Estamos querendo um pouco desse campo, dessa parcela do eleitorado”, explicou.

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Lupi contou também que não tem receio de que esse discurso possa assustar os eleitores de esquerda que já estão com Ciro Gomes. “Não (corremos risco de perder eleitor de esquerda), porque normalmente esse eleitor é mais consciente, já deixou de ser fanático. (Esse eleitor) quer a vitória do Ciro porque acha que ele é mais preparado e entende que, por isso, Ciro tem que ganhar votos”, defendeu.