A campanha eleitoral nas emissoras de rádio e televisão chega ao fim hoje num clima de hostilidade entre os senadores Roberto Requião (PMDB) e Alvaro Dias (PDT). Requião, que conforme a pesquisa Ibope do início da semana, lidera a disputa com uma vantagem de quatro pontos percentuais, passou a ser bombardeado pelo pedetista que subiu o tom dos ataques num esforço final para reverter as posições.

Na campanha de rua, a situação também ficou tensa. Houve confronto entre cabos eleitorais dos dois candidatos e farta distribuição de um panfleto identificando o peemedebista como o “candidato do demônio”.

Na propaganda de televisão, Alvaro mudou a estratégia de ignorar o adversário. O pedetista utilizou recursos vistos no primeiro turno, quando o tucano Beto Richa, candidato ao governo, e o deputado federal reeleito José Janene (PPB) dedicaram seus horários para atacar Requião. No início da tarde, o TRE suspendeu a exibição dos comerciais, de 15 e 30 segundos, que apresentavam comentários desairosos, mas antigos, de Requião sobre seus atuais aliados do PT e PSDB.

O confronto de rua entre os cabos eleitorais resultou na prisão de oito pessoas. Os peemedebistas acusaram os cabos eleitorais pedetistas de arrancarem cartazes e banners de Requião. Os contratados do PDT alegaram que estavam retirando material que havia sido colado sobre a propaganda de Alvaro. Os dois grupos se enfrentaram em frente a um supermercado e a a Polícia Militar foi chamada. Todos foram encaminhados à Polícia Federal para abertura de inquérito.

O PMDB entrou na Justiça Eleitoral com um pedido de apreensão e busca dos panfletos que mostram uma charge de Requião abraçado a uma figura representando o demônio, numa versão impressa da campanha do primeiro turno. O presidente estadual do PPB, José Janene, no final da campanha do primeiro turno exibiu um vídeo que, de acordo com os peemedebistas era uma montagem, em que Requião declarava que poderia fazer alianças com “o diabo” para vencer a eleição.

Pânico

O secretário-geral do PMDB e coordenador jurídico da campanha peemedebista, Luiz Carlos Delazari, disse que a propaganda de Alvaro reflete “desespero de quem está perdendo a eleição”. Para o secretário peemedebista, os comerciais tinham o único objetivo de denegrir a imagem de Requião. “Eles tentaram isso no primeiro turno sem obter sucesso, porque as denúncias vazias não afetaram a candidatura de Requião”, conclui Delazari.

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