Câmara nega aposentadoria por invalidez a José Janene

José Cruz/ABr
José Janene: junta médica da Câmara dos Deputados atestou que o parlamentar é portador de grave doença no coração.

A Mesa Diretora da Câmara decidiu ontem negar o pedido de aposentadoria por invalidez do deputado José Janene (PP-PR) até o julgamento final do processo de cassação dele, acusado de envolvimento no esquema do "mensalão". Em reunião ontem na casa do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), os integrantes da Mesa acataram sugestão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contrária à aposentadoria.

O deputado José Janene pediu aposentadoria em outubro, depois que o escândalo do "mensalão" tornou-se público e o nome dele foi incluído na lista dos cassáveis. O processo está pronto desde  novembro. Uma junta médica da Câmara atestou que o parlamentar é portador de grave doença no coração. O deputado, ex-líder do PP, tem utilizado-se da doença para tentar suspender o processo de cassação que está em análise no Conselho de Ética da Câmara.

Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal negou o pedido de Janene para parar o processo. O relator do pedido de cassação, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), espera para hoje a resposta de se o deputado vai ou não depor no conselho. Carneiro pretende entregar o parecer no colegiado no dia 16. Por decisão da Mesa, o suplente de Janene será chamado para assumir a vaga, uma vez que o parlamentar está de licença médica desde 2005. O suplente a ser chamado é Nelton Friedrich (PT), que ocupa cargo na Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional.

Indagado ontem sobre a possibilidade de assumir a vaga deixada por Janene, Friedrich disse que ainda está avaliando. Ele alegou que até o início da noite de ontem não tinha recebido nenhum comunicado oficial da mesa da Câmara e que a possibilidade de vir a assumir uma cadeira de deputado se transformou desde o ano passado em uma verdadeira novela.

Mesmo que seja chamado, Friedrich ainda não sabe se assumirá. Ele disse que está analisando a conveniência ou não de assumir a cadeira, já que ele não é candidato às eleições de outubro. Nelton está filiado atualmente ao PV. Se Nelton Friedrich optar em não assumir a sua vaga, entrará no lugar de Janene o segundo suplente, que é Irineu Rodrigues, do PDT.

"Dançou"

A deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) foi censurada, verbalmente, ontem, 34 dias depois de ter protagonizado o que ficou conhecido por "dança da pizza". Na madrugada do dia 23, Ângela surpreendeu o plenário da Câmara, ao dançar no meio das cadeiras e no corredor, em comemoração à absolvição do deputado João Magno (PT-MG) do processo de cassação, depois de acusado de envolvimento no esquema de "mensalão". Ela não estava no plenário quando o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), leu o ato de punição. Assim que Rebelo terminou a leitura, alguns prefeitos que estavam nas galerias acompanhando a sessão aplaudiram.

Pela manhã, em reunião, a Mesa Diretora da Câmara havia aprovado a punição sugerida pelo corregedor, Ciro Nogueira (PP-PI). Ele concluiu que a deputada teve comportamento inadequado no plenário, que refletiu, negativamente, na imagem da Casa e na de cada um dos parlamentares porque "a sociedade, de modo geral, associa a descompostura de um a todos".

Além disso, o corregedor entendeu que o ato da deputada de "expressar, em ritmo de dança, sua alegria com o resultado da votação, implica excesso incompatível com a posição de membro do Conselho de Ética por ter atuado como juíza" do mesmo processo no colegiado. 

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