Vereadores da Câmara Municipal de Curitiba protagonizaram esta semana uma guerra de acusações e de proposições protocoladas para investigar irregularidades em campanhas eleitorais. Divididos entre o bloco de situação, que apóia o prefeito Cássio Taniguchi (PFL), e o de oposição, que apóia o governador Roberto Requião (PMDB), os vereadores pretendem instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a campanha que reelegeu Taniguchi, em 2000, e investigar a campanha do PMDB para o governo do Estado, em 2002. A briga agora é para saber qual será aberta antes, já que as duas contam com doze assinaturas.

O bloco de oposição da Câmara tentava desde 13 de novembro de 2001 protocolar a proposição da CPI, mas na época apenas nove vereadores assinaram. Na última terça-feira, ela foi protocolada, com as assinaturas de Paulo Salamuni, Celso Torquato, Luiz Felipe Braga Cortes e Reinhold Stephanes Júnior (PMDB); André Passos, Adenival Gomes, Roseli Isidoro, Nilton Brandão, Pedro Paulo e Paulo Lamarca (PT); Jorge Bernardi (PDT); e Jonathas Pirkiel (PL).

De acordo com o líder da oposição, Paulo Salamuni, há documentos que comprovam a existência de um caixa paralelo, diferente do que ocorre na CPI do PMDB. Na justificativa da proposição, os vereadores afirmam que “a criação da Comissão se faz mais que necessária, em virtude das denúncias e documentos trazidos a público pela imprensa nacional que envolve empresas particulares contratadas pelo município e o financiamento de campanhas eleitorais”.

Mas, apesar de protocoladas, não há garantias de que as duas CPIs sejam instaladas. Isso porque o Regimento Interno da Casa só permite a abertura de três comissões de cada vez. Atualmente, estão em andamento a da Telefonia, dos Combustíveis e dos Acidentes de Trânsito. Além disso, foram efetuados, também por Fábio Camargo, mais dois pedidos de comissões – um para investigar o cancelamento do programa Super Sopa, e outro para analisar a causa do aumento da criminalidade em Curitiba.

Ação

Nesta semana, os doze vereadores devem sair às ruas para informar a população sobre a necessidade de investigar o caixa paralelo na campanha de Taniguchi. “Queremos que a sociedade civil exija a instalação da CPI, que é de Curitiba, não do Estado ou do País. Vamos conversar com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Associação Brasileira de Imprensa, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e de igrejas evangélicas”, disse Salamuni.

“A exemplo do que ocorreu em Londrina, quando a população foi às ruas e o prefeito Antônio Belinati foi cassado, temos que fazer o mesmo”, afirmou. De acordo com ele, a intenção é recolher assinaturas para que as “CPIs laranjas” sejam retiradas.

continua após a publicidade

continua após a publicidade