A Câmara Legislativa do Distrito Federal já recebeu quatro pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM). Arruda é acusado, em inquérito da Operação Caixa de Pandora, de comandar um esquema de recebimento e distribuição de propina. Os pedidos de impeachment precisam ser confirmados pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa e depois receber o aval de 16 dos 24 deputados distritais para serem confirmados.
Esta manhã foram dois novos pedidos: um protocolado pelo PSOL e outro pela Ordem dos Ministros Evangélicos do Gama. Ontem, outros dois foram apresentados pelos advogados Evilásio Viana dos Santos e Anderson Siqueira. O governador José Roberto Arruda ainda pode ser alvo de outras duas propostas de impeachment. Uma patrocinada pelo PT do Distrito Federal e outra pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Oração
Na chegada à Câmara Legislativa, esta manhã, a delegação do PSOL protestou contra as denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal realizando uma “antioração”, como definiu o deputado federal Chico Alencar (RJ), em referência ao vídeo anexado ao inquérito da Operação Caixa de Pandora, no qual os deputados Rubens César Brunelli Júnior (PSC) e Leonardo Prudente (DEM) aparecerem rezando após fazer a partilha do dinheiro arrecadado no esquema.
“Financiador nosso que estais na terra, santificado seja o teu negócio, venha a nós o seu dinheiro, seja feita a vossa vontade, tanto no público como no privado. A propina nossa de cada dia nos dai hoje, perdoai os nossos desfalques, assim como nós perdoamos os que mal versaram antes de nós. E não nos deixais cair na tentação da honestidade, mas livrai-nos do flagrante ou da verdade. Que assim não seja”, diz a “antioração”.
“O presidente Lula disse ontem que as imagens não dizem por si, mas eu, como oposição, digo: elas não falam por si, elas gritam por si. Elas são completamente retumbantes. Não há prova mais contundente”, criticou Chico Alencar.
O outro pedido de impeachment, também registrado esta manhã, é assinado pelo Pastor Oséas Rodrigues, presidente da Ordem dos Ministros. “A nossa preocupação como evangélico é a corrupção do governador, mas também o fato de terem sido mencionados vídeos de parlamentares evangélicos fazendo orações. Nós não compactuamos com isto que está acontecendo, e não falo só dos evangélicos. Nossa crítica sai da esfera religiosa. Todos os parlamentares envolvidos, católicos, espíritas, todos devem ser investigados”, disse Rodrigues.