A largada oficial da sucessão do governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), deverá ser dada hoje quando a Câmara Legislativa aprovar abertura de processo de impeachment contra o ex-Democratas. O processo é complexo porque o vice-governador Paulo Octávio também está envolvido nas denúncias do chamado “mensalão do DEM”. Ele enfrenta dificuldades políticas para sobreviver no cargo e já fala em renúncia.
Os problemas não param por aí. Terceiro na linha sucessória, o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), está sendo pressionado a abrir mão da pretensão de ocupar a cadeira de governador e o PT não quer nem ouvir falar na hipótese de o vice-presidente da Câmara, cabo Patrício, assumir o posto.
Nesse caso, o governo ficaria com o presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do DF, desembargador Nívio Geraldo Gonçalves. Como o mandato de Nívio acaba em 26 de abril, os políticos trabalham com o nome do sucessor já eleito, desembargador Otávio Augusto Barbosa.
Intervenção
Se a Justiça decidir pelo relaxamento da prisão de Arruda, ele volta automaticamente à condição de governador do DF. Mesmo na cadeia, ele é o governador de fato. Apenas no caso de renúncia ou impeachment de Arruda é que a sucessão começará para valer. Para se livrar de um desgaste duplo, primeiro com Arruda e depois com o vice, a cúpula do DEM aposta na renúncia de ambos. E mais: torce para que o governo federal abrevie o desgaste decretando intervenção no DF.