A Câmara Municipal de São Paulo comprou um novo painel eletrônico de votação por R$ 796 mil. O equipamento foi testado pela primeira vez nesta terça-feira, 05, na volta do recesso parlamentar. Formado por 16 telas de até 60 polegadas, tem 2,7 metros de altura por 4,8 de largura e resolução Full HD. Além de ampliar os nomes dos vereadores e seus votos, o equipamento possibilita a veiculação de fotos e vídeos durante discursos na tribuna.

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O equipamento substituirá os dois modelos que funcionaram até o primeiro semestre, cuja manutenção custava R$ 53.200 por ano. O valor do novo sistema pago pela Presidência da Casa, comandada pelo vereador José Américo (PT), já inclui a manutenção por 12 meses. Segundo a Câmara, a troca ocorreu porque o contrato anterior de manutenção, considerado caro, expirou. Além disso, a resolução do modelo antigo era classificada como “péssima”.

Nesta terça-feira, 05, muitos parlamentares foram pegos de surpresa, como Ricardo Young (PPS), que, apesar de considerar a compra necessária, afirmou não ter sido consultado. Segundo ele, os dois painéis não estavam sincronizados, dificultando os trabalhos durante as sessões.

“Era comum os painéis marcarem horários distintos. Não se sabia durante um processo de obstrução de votação, por exemplo, qual estava certo. Além disso, a visibilidade era bastante ruim para quem estava longe”, afirmou Young.

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Para Claudinho de Souza (PSDB), primeiro-secretário da Mesa Diretora, outros problemas registrados neste ano justificam a mudança. “Houve marcação de presença de vereador ausente, por exemplo, e até voto marcado incorretamente.” Mas, segundo Souza, o software usado pelo sistema de votação continua o mesmo.

Sistema

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A Presidência renovou também o contrato para manutenção do Sistema Eletrônico de Votação, ao custo anual de R$ 355.500.

A troca acontece dois anos depois de o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar a existência de um esquema que fraudava o painel para garantir presença e votos a parlamentares ausentes. Em julho de 2012, a reportagem flagrou 17 dos 55 vereadores praticando a irregularidade com a ajuda de funcionários da Presidência.

Depois da reportagem, a Câmara alterou a forma de marcação dos dados no painel. Desde então, apenas a biometria (leitura das impressões digitais) dá acesso ao sistema – a senha pessoal cedida antes aos responsáveis pela fraude foi extinta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.