A Câmara de Curitiba instalou ontem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as invasões de terrenos em Curitiba. Segundo o relator da comissão, Roberto Hinça (PDT), a CPI pretende descobrir quem são os responsáveis pelo aumento do número de invasões na capital nas últimas semanas.
Embora na próxima segunda-feira, 26, a comissão vá se reunir para discutir o regulamento de interno da CPI, os vereadores já decidiram convidar o presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), Mounir Chaowiche, para que preste depoimento no início de abril. Os vereadores querem, também, que Chaowiche traga informações detalhadas sobre as invasões.
Na reunião, ficou decidido que a CPI terá duração de 150 dias, prorrogáveis, se necessário. Além de Hinça como relator, os parlamentares elegeram, por unanimidade, o vereador Tico Kuzma (PPS) presidente da comissão. Participam também da CPI como membros os vereadores Roseli Isidoro (PT), Pastor Valdemir Soares (PR), Serginho do Posto (PSDB), Valdenir Dias (PMDB) e Angelo Batista (PP).
Dias sugeriu que o atual presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca de Macedo, também seja convidado a depor para a CPI. ?Ele já foi prefeito de Curitiba e pode ajudar nas investigações?, disse Dias. Kuzma citou, também, a necessidade de ouvir o secretário Municipal de Defesa Social, Itamar dos Santos. Na próxima semana, os vereadores deverão trazer mais sugestões de pessoas que devem ser ouvidas.
Para Soares, os procedimentos da comissão precisam ser diferentes de outras CPIs que já existiram na casa. Soares, que foi presidente da Cohab entre janeiro de 2005 e março de 2006, lembrou que as invasões não acontecem com hora marcada, mas sim pela madrugada. ?Depois que tivermos informações oficiais sobre as invasões, deveremos fazer inspeções nos locais?, disse.
Disputa?
Soares afirmou que as invasões em Curitiba se intensificaram depois dos conflitos entre o prefeito Beto Richa (PSDB) e o governador Roberto Requião (PMDB). ?Coincidentemente, começou depois da briga entre Beto e Requião, mas não temos exatidão se as invasões estão relacionadas com questões políticas?, ponderou.
Já Dias não acredita que as invasões tenham alguma relação com a política estadual. ?Não vejo como essa questão possa ter cunho político?, declarou.