Em uma sessão tumultuada na Câmara Municipal de Campinas, os vereadores da cidade decidiram manter o prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), no cargo. Foram mais de três horas de discussão, muito barulho e até algumas brigas. No final, quando foi votado o requerimento do vereador Valdir Terrazan (PSDB), que pedia o afastamento do prefeito, a proposta do tucano recebeu 16 votos contra 15 – a proposta precisava de dois terços dos votos para ser aprovada.

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O plenário, com capacidade para cerca de 350 pessoas, estava tomado. A maioria dos manifestantes pedia a saída do prefeito. Um pequeno grupo dentro do plenário da Câmara se manifestava a favor do Dr. Hélio e era hostilizado por pessoas do primeiro grupo e até por vereadores que os acusavam de receber dinheiro para apoiar o prefeito. Do púlpito, o vereador Antônio Francisco dos Santos (PMN), conhecido como “O politizador o Brasil”, puxava o coro: “Fora Hélio! Fora Hélio!”.

Do lado de fora, um grupo de pessoas acompanhava por um telão as discussões do plenário enquanto dois carros de som faziam um duelo. Um dos carros, do PDT, pedia “respeito” ao resultado das urnas e dizia que “já perderam uma vez e vão perder de novo” – tudo ao som da vinheta do plantão da TV Globo. No outro carro, oradores se revezam pedindo a saída do Dr. Hélio.

A administração do Dr. Hélio está em crise desde que surgiram as primeiras denúncias de corrupção na Sanasa, a companhia de saneamento da cidade. O esquema seria comandado pela primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim, que também era chefe de gabinete do Dr. Hélio. Outros secretários e autoridades também estariam envolvidos.

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No dia 24 de maio, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) propôs o afastamento do prefeito – no requerimento rejeitado pelo plenário na noite desta quarta-feira, 15. Antes, no dia 20 de maio, o vereador Artur Orsi (PSDB) protocolou pedido de abertura do processo de impeachment. A Comissão Processante que avalia o pedido de impeachment do Dr. Hélio tem até o dia 21 de agosto para encerrar os trabalhos.